Nova polêmica na Zona Norte: Burle Marx Open Mall, no Poço da Panela

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Depois do Atacado dos Presentes – cujo lojão ainda não chegou a ser implantado  – outra obra começa a mobilizar os moradores do Poço da Panela e de Casa Forte. Eles estão se movimentando, para avaliar os impactos que podem ocorrer por conta de um outro empreendimento. Dessa vez o Burle Marx Open Mall, que deve ser construído na área onde durante longos anos funcionou o Hospital Gomes Maranhão.

Construído na década de 1960, o hospital atendia a trabalhadores da indústria açucareira de Pernambuco, e está fechado há mais de 20 anos. Segundo os moradores dos dois bairros, o empreendimento não faz jus a Burle Marx (1909-1994), o arquiteto e paisagista que virou referência mundial. E tem na Praça de Casa Forte o primeiro jardim público por ele projetado.  Já o  novo empreendimento (em imagem digitalizada acima) ficará na Rua Marquês de Paranaguá, 51, em área ainda denominada Poço da Panela, porém quase em frente à Praça de Casa Forte, que é tombada pelo Iphan e ratificada como “jardim histórico”.

Instalações desocupadas do antigo Hospital Gomes Maranhão cederão lugar a centro comercial no Poço da Panela.

O projeto encontra-se em tramitação na Prefeitura, na última instância de aprovação. Contra ele já pronunciaram pessoas como Antônio Campos (Presidente da Fundação Joaquim Nabuco), Eduardo Maia (astrólogo, cuja família reside há mais de um século no Poço da Panela) e Bárbara Kreuzig ( arquiteta, urbanista, uma das idealizadoras e voluntária do Jardim Secreto, do Poço). “Leva o nome de Burle Marx, contudo desrespeitando a sensibilidade do paisagista!”, diz ela.

Para discutir o assunto com mais profundidade, amanhã ocorre reunião pública na Câmara Municipal. O encontro, por videoconferência, será entre 16h e 18h da quarta (19/05) e reunirá moradores, autoridades e representantes da sociedade civil. A proposta da reunião é da vereadora Liana Cirne (PT).  “Entendo que o  progresso é importante e deve ser integrado à vida urbana, mas entendo, também, que devem ser fiscalizados e debatidos os critérios de impacto ambiental, de mobilidade de tráfego de veículos, impacto de solo e subsolo e os direitos dos moradores que, muitas vezes são ignorados e desrespeitados”, diz o astrólogo, em carta divulgada nas redes sociais.

Ele pede que seja adiada reunião do Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU), agendado para o próximo dia 28 de maio. Eduardo reclama que no estudo do “Tráfego Gerado pelo Empreendimento” não consta, sequer, “a palavra estacionamento” em uma área cujo  trânsito já “está esgotado” e que “só piora desde 2016”. Diz que o projeto não contempla normas da Lei do Silêncio  e que o terreno onde fica está em estudos para ser anexado à área da Praça de Casa Forte como “setor de preservação ambiental”. E argumenta Maia:

“Não entendemos porque está escrito impacto reduzido no projeto, tendo 107 vagas de garagem, quatro pavimentos, 28 lojas e dez salas comerciais”.  Segundo os moradores, as 107 vagas não são suficientes para o movimento esperado, e o resultado serão mais ruas congestionadas com estacionamentos em áreas públicas, como sempre ocorre no Recife. Para o Presidente da Fundaj, o empreendimento “é uma trágica tentativa de desconfiguração do entorno diretor do Jardim e da Praça de Casa Forte, que perde a leveza do traçado atual para ganhar paredões verdes”. Diz ainda, que a área não comporta o fluxo de mais carros e, principalmente, caminhões. Vamos ver, amanhã, a reunião no que é que dá.

Nos links abaixo, você acompanha o histórico de outros empreendimentos polêmicos no Recife. Confira!

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Redes sociais

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4 comments

  1. Sou taxista a 20 anos aqui nesse ponto de táxi, esse ponto existe a mais de 50 anos, precisamos de uma resposta da prefeitura do Recife, que a prefeitura recue o ponto, mais que precisamos continuar nesta mesma rua,na situação que estamos, precisamos do apoio do prefeito. Lembramos que estamos em plena pandemia. Precisamos continuar nosso trabalho. Contamos com o apoio dos moradores do poço e também dos moradores de casa forte. Obrigado

      1. Obrigado pela atenção, dependemos do nosso ponto somos muito antigos,um empreendimento para nós seria maravilhoso, mais que permaneça nosso ponto. Obrigado

  2. O projeto é maravilhoso,sou taxista,desde ano de 1990, esse projeto chegou pra mim hj, ninguém chegou para saber o que achamos, nesse projeto não vejo o ponto de táxi, nós precisamos do nosso ponto, eu sou um cidadão tenho direitos. Esse ponto de táxi é um dos pontos mais antigo da cidade do Recife. Precisamos de uma resposta.

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