Como se não bastasse a poluição visual com a qual a gente se defronta todos os dias nas ruas do Recife – excesso de placas, descaracterização de prédios históricos, acrílico em demasia – o morador da cidade ainda encontra poluição visual aérea. Pois o emaranhado de fios está em todos os lugares, até mesmo em áreas nobres. É ninho de fio pendurado na própria fiação, nos postes, até agarrados em árvores. Uma bagunça!
Atenta observadora da cidade, a leitora Vera Silva envia foto de trecho da Rua Amélia, no Espinheiro, onde o emaranhado de fios é tão grande que parece até estar pesando tanto na haste do poste que esta ficou inclinada. E é um risco também para a população, que nem sempre tem como distinguir o que é fio de alta tensão e fio das operadoras de telefonia. Mas que é um nó, é. Primeiro, a fiação jamais poderia estar na altura das pessoas. Mas como se vê na foto, eles estão não só abaixo do limite de altura permitido, como são tantos que parecem até um novelo. Já tinha visto essa bagaceira que, infelizmente, fica desse jeito por falta de fiscalização ou tolerância dos órgãos públicos. Como costumo caminhar sempre, todas as manhãs, me defronto diariamente com cenas como a da Rua Amélia, enviada por Vera. Recentemente, caminhando pela Rua Apipucos, me defrontei com um amontoado de fios na calçada, o que representa um risco para pedestres e até animais.
Enviei a ela foto da bagunça, também no meu bairro, com fiação jogada na calçada. Ela deu logo a opinião de cidadã, que cobra ação do serviço público, que deveria impor ordem às prestadoras de serviço de eletricidade e telefonia. “Aqui (em Apipucos) são os fios roubados e partidos”, define ela. “Outra coisa é institucionalizar o ninho (como no Espinheiro)”. Pois é, e não é ninho de passarinho. É de fio mesmo, e a gente vê desses tipos de “ninho” em todas as esquinas da cidade. Absurdo! Aqui onde resido, sempre vejo servidores de prestadoras de serviço mexendo na fiação. No dia seguinte, tem mais coisa pendurada na fiação, tem pedaços de fios pelas calçadas, alguns pendurados. Então, alguém precisa fiscalizar melhor o serviço desse pessoal.
Pois queixa é o que não falta: Poluição visual, lixo deixado nas ruas, risco para pedestres. Segundo Vera, se nas áreas nobres a situação já é complicada, nos bairros populares a situação é ainda pior. ” Como a prefeitura permite? Esses ninhos de rato eram aéreos, mas agora ficam nas calçadas e nos telhados das casas da periferia”, reclama. “Situação absurda, e ninguém faz nada”, diz.
Veja abaixo, outros problemas urbanos no Recife, alguns que são demandas da leitora Vera Silva.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Letícia Lins e Vera Silva / Cortesia