O lobo-guará, aquele lindo canídeo que ilustra as cédulas brasileiras de 200 reais já conta com protocolo de soltura, por sinal inédito no mundo. Ou seja, se algum centro de pesquisa especializado em conservação da natureza tiver filhotes da espécie reproduzidos em cativeiro, já não tem mais mistério para a introdução à vida selvagem. Já existe todo um ritual a seguir, com base científica. A ação foi desenvolvida pelo Parque Vida Cerrado (especializado no bioma, e que fica no Oeste da Bahia), em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Em 2016, a loba Elke, órfã, foi resgatada por aquela instituição. Em 2023, ficou prenha dentro do próprio criadouro do PVC, quando pariu duas fêmeas: Bergamota e Tangerina. O pai, Vitor, foi o primeiro lobo-guará nascido no Parque. Já em outubro, pesquisadores do local confirmaram o nascimento de mais três filhotes da espécie, resultantes da reprodução bem-sucedida entre Caliandra (primeira loba-guará solta na natureza pelo PVC), e José Bonifácio (outro lobo de vida livre monitorado pelo projeto). Até o momento, os lobos-guarás soltos pelo Parque foram a Caliandra, Baru e Pequi. Caliandra e José Bonifácio deram à luz a três filhotes também no ano passado, o que foi considerado a primeira reprodução em vida livre do Parque). No momento, um quarto animal está sendo preparado para a vida selvagem: a loba-guará Jurema, que deve ser solta nos próximos meses! Diante das experiências, o PVC desenvolveu protocolo de soltura de lobos-guarás, que dará segurança maior a quem trabalha com essa espécie inclusive no Brasil.
Fundado em 2006, o Parque Vida Cerrado é o primeiro e único centro de conservação da biodiversidade, pesquisa e conservação ambiental do Oeste da Bahia. Fica entre os municípios de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, onde entre outras atividades, mantém criadouro científico no qual já foram reproduzidos 40 animais silvestres (inclusive de espécies em ameaçadas). Entre eles, os lobinhos, lindos, da foto acima que até lembram totós. O PVC possui, ainda, centro de excelência em restauração do bioma Cerrado, e executa projetos que já beneficiaram nada menos de 30 mil moradores da região, em ações como a distribuição e plantio de mudas em áreas urbanas e rurais do Cerrado baiano. Até o momento, o PVC contribuiu para restaurar 135 hectares do Cerrado e produziu mais de 200 mil mudas nativas do bioma.
Agora, o PVC anuncia mais um marco. Acaba de lançar Relatório de Sustentabilidade, com avanços e compromissos na Conservação do Cerrado. É que utiliza pela primeira vez a metodologia Global Reporting Initiative, com o que eleva mais ainda o nível de transparência nos resultados. O documento reúne os resultados dos impactos das atividades da instituição nos aspectos ambientais, sociais e de governança. A novidade nesta nova edição é a aplicação da metodologia internacional de coleta e comunicação de dados do Global Reporting Initiative (GRI) e a adequação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). O Parque Vida Cerrado, foi idealizado e criado pela Galvani Fertilizantes, e conta com várias parcerias como BrasiTrans, Mauricéa alimentos, Hotel Solar Rio de Pedras, Sementes Oilema, Condomínio Irmãos Gatto Agro, Condomínio Santa Carmem, ADM, Nuveen e Cargill, Ministério Público da Bahia, JCO, AvantiAgro e Synagro. E também de órgãos públicos – como o ICMBio – em alguns projetos.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Calan Sanderson / Divulgação / Parque Vida Cerrado
