Quando foi resgatado, em 2016, Diego lembrava um bichano indefeso. Ele ficou órfão, depois que a mãe foi agredida por cachorros, no Sertão de Pernambuco. Havia sido recolhido por uma família de agricultores, que o mantiveram no quintal da residência, no município de Serrita, a 544 quilômetros do Recife. Mas, na verdade, ele era uma onça puma, do sexo masculino. Agora, crescido, bonito, saudável e imponente, ele acaba de voltar à caatinga.
Chegou nesta semana ao Centro de Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna), unidade da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), que fica em Petrolina, a 769 quilômetros do Recife. Durante cinco anos, Diego esteve sob os cuidados do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas Tangara), órgão da Cprh legalmente encarregado de cuidar de animais silvestres machucados, desgarrados do seu grupo ou vítimas de tráfico. Em Petrolina, Diego vai completar o tempo de reabilitação, para depois ser reintroduzido à natureza. Vejam abaixo, que coisinha mais linda, quando foi resgatado.
No Cetas, ele ficou isolado e o convívio com os humanos era o menor possível, para não prejudicar o retorno à natureza. Durante a reabilitação, foi alimentado e tratado com cálcio. É que o desmame precoce o deixou com descalcificação óssea. “Essa situação foi invertida, e ele hoje é um animal absolutamente saudável”, diz Iran Vasconcelos, Gerente da Unidade de Fauna Silvestre da Cprh. Diego, que parecia um filhote de gato quando foi achado, está um “homão”, pesando 40 quilos e mede um metro de comprimento. A viagem de volta ao Sertão foi feita com o maior cuidado, para o animal não sofrer estresse.
Diego deve passar um ano na Univasf para o período de transição entre o cativeiro e a volta à natureza. “Ele voltou para o Sertão, para absorver o clima da Caatinga. Está num ambiente maior para aperfeiçoar seus movimentos e caçar suas presas. É um animal que estava perdido para a natureza”, destaca Iran. Durante o período de adaptação, a onça continuará sob o acompanhamento da Cprh. Os profissionais que cuidaram dele, no Cetas, farão avaliações periódicas no animal. Será também uma forma de, aos poucos, irem se despedindo de Diego o qual acolheram quando ele era um bebê indefeso. Mesmo mantendo a distância, nós temos carinho por ele. Ele não nos via e nós o víamos de forma camuflada. Sentiremos falta de Diego. Afinal, chegou para nossos cuidados, quando ainda era um gatinho”, comenta o gestor do Cetas Tangara, Yuri Valença.
Nos links abaixo, você pode ver mais notícias sobre outros felinos nativos ou exóticos. E também sobre outros mamíferos silvestres. Veja, também, o vídeo da Cprh que conta a saga de Diego.
Leia também:
Achado bebê, Diego já é um rapaz
Onça bebê é resgatada no Sertão
Gato mourisco confundido com um bichano é socorrido pela Cprh
Jaguatirica perdida é resgatada
Jaguatirica que apareceu ferida na Zona Norte já voltou à natureza
Jaguatirica resgatada na Zona Norte
Ameaçada de extinção, jaguatirica é resgatada em estrada do Agreste
Diego já é um rapaz
Morre de câncer leão que teve garras arrancadas
Animais queimados chegam ao Cprh
Pedreiro salva capivara empurrando carro de mão por oito quilômetros
Capivara resgatada volta à natureza
Cprh devolve 4.308 animais à natureza
Animais: “Eles precisam de nós“
Árvores queimadas quase matam tamanduá
As flores da caatinga em exposição
Estação ecológica: plantio de maconha e extermínio de tatus
Caatinga, bioma único comemora oito anos de estação ecológica no Sertão
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação / Cprh / Acervo #OxeRecife