Litoral Sul sofre com ocupação irregular e até tem fraudes em licenciamento ambiental em Tamandaré

Consciência ambiental que é bom, zero. E logo onde? No paradisíaco Litoral Sul de Pernambuco, onde já se viu hotel quebrar recife de coral para alimentar seu aquário privado de lagostas (como ocorreu em Serrambi). Ou a própria Prefeitura despejar esgoto em um dos mais importantes destinos turístico, como ocorre sempre em Porto de Galinhas. Serrambi e Porto de Galinhas ficam em Ipojuca. Mas agora a bronca vem de Tamandaré.  É que após serem autuados no mês de abril, por construções irregulares na Praia de Campas, comerciantes tentaram burlar o sistema de licenciamento ambiental da Agência Estadual do Meio Ambiente (Cprh). Eles haviam construído quiosques em locais não permitidos naquela praia, que fica a 108 quilômetros do Recife. Mais precisamente em Tamandaré,   município que está entre os quatro que sediam a APA Guadalupe (foto acima), que se estende também por parte de Serinhaém, Rio Formoso e Barreiros.

Portanto, todo cuidado é pouco em Tamandaré, para evitar que os abusos não só permaneçam como possam se expandir.  Em Tamandaré, as construções irregulares foram notificadas,  e sofreram multas de R$ 19 mil. Mas ao invés de seguirem a lei, os comerciantes burlaram o sistema de licenciamento ambiental à distância (Siliaweb), em busca de novas permissões para liberar as mesmas obras. Para tanto, utilizaram os dados de pessoas jurídicas diferentes, porém para os mesmos empreendimentos. Pode, um negócio desse? Seguindo a legislação vigente, estes infratores estão sendo penalizados com o cancelamento das licenças fraudulentas e multas com valores dobrados dos inicialmente arbitrados. “Estamos fazendo um filtro para identificar todos àqueles que usaram de má fé e tentaram fraudar o sistema eletrônico”, explicou a gerente de Fiscalização de Recursos Naturais da Diretoria de Fiscalização Ambiental (DFAM), Elba Borges.

“ A CPRH está atenta e situações semelhantes, caso venham a ocorrer, serão punidas de acordo com a lei”, enfatizou. As denúncias sobre obras irregulares em Tamandaré vinham sendo feitas pela população desde no final de 2022. Ou seja, a fiscalização demorou, mas pelo menos…chegou. Está bom de dar uma voltinha no Litoral Norte também, onde há descalabro para todo ladoNo final do ano passado, a CPRH recebeu diversas denúncias de moradores de Tamandaré reclamando das construções irregulares de quiosques instalados no meio da via pública, na da praia das Campas, no município de Tamandaré. A equipe de Fiscalização Ambiental da CPRH esteve no local e constatou as irregularidades denunciadas, tais como construção de estabelecimento potencialmente poluidor sem licença ambiental.  Diante da constatação das infrações, além de aplicar multas que totalizaram em mais de R$ 19 mil. A equipe lavrou os autos de infração e embargou as construções irregulares. Os responsáveis, no entanto, tentaram burlar o sistema de licenciamento ambiental do órgão estadual de meio ambiente.

Uma aviso: A partir do dia 1º de junho, os sistemas de licenciamento ambiental (SILIAweb), Taxa de Controle Ambiental (TFAPE) e Certidão Negativa de Débitos Ambientais (CNDA), utilizados pela Agência Estadual e Meio Ambiente (CPRH), serão unificados.  A implantação do novo sistema, denominado de Sistema Integrado de Serviços Ambientais (Sisam), possibilitará que o acesso a esses serviços seja feito de forma unificada, uma vez que a base de dados permanecerá concentrada em um só lugar.   De acordo com o supervisor de Licenciamento Ambiental, Fábio Torres, o novo sistema vai otimizar o tempo do empreendedor e tornar mais ágil a solicitação de serviços na CPRH, entre eles, a concessão de licença ambiental e CNDA, além da emissão de boletos TFAPE, facilitando os serviços oferecidos pela CPRH por meio das Diretorias de Licenciamento Ambiental (DLAM), Fiscalização Ambiental (DFAM) e Superintendência Jurídica.

Perguntei via e-mail à CPRH se o novo sistema torna mais difícil a realização de fraudes, como a que ocorreu em Tamandaré. Porém ainda aguardando a resposta.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Cprh/ Divulgação e Acervo #OxeRecife

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