O concerto da Orquestra Sinfônica do Recife, na noite dessa quarta-feira, conta com um convidado muito especial: James Strauss, pernambucano de Abreu e Lima que é considerado, hoje, um dos melhores flautistas do Planeta. Ele ingressou no mundo da música aos sete anos de idade, influenciado pelo pai, Tadeu, que tocava violino na OSR. Chegou a estudar o instrumento de cordas, tomando aulas no próprio quarto com o violinista.
Um dia, tudo mudou. Tadeu chegou em casa com um long-play de Jean-Piere Rampal (1922-2000), que era tido como o melhor flautista do mundo em sua época. Inspirado na flauta de Rampal, James decidiu escolher outro caminho, contrariando a vontade do pai que sonhava em ver o filho seguir carreira musical com o seu instrumento preferido: o violino. Mas o menino estava decidido.
Optou pela flauta, naquele que seria um vitorioso caminho sem volta. “Eu tinha apenas onze anos, peguei o dinheiro da passagem e um lanche e vim sozinho de Abreu e Lima para o Recife, a fim de fazer o teste no Centro de Cultura Musical”. O município onde ele nasceu fica na Região Metropolitana, a 18 quilômetros do Recife. A empreitada deu certo. Posteriormente, ele seria o professor de flauta mais jovem do Conservatório Pernambucano de Música, de onde sairia para se aperfeiçoar no exterior, onde a carreira decolou e ganhou o mundo.
Já se apresentou “somente” em 52 países, porém destaca – sempre – duas emoções. A de ter participado de concerto com Rampal e de voltar ao Recife, onde não vinha há sete anos. “Ao encontrar Rampal eu chorava, diante da oportunidade de tocar com ele, já que escolhi a flauta por causa dele”, diz. No Recife, a emoção de pisar no mesmo palco onde viu o pai tocar e estar sob a regência de Lan Franco Marcelletti, que foi seu professor.
“Sempre dá um nervosismo quando volto ao Teatro Santa Isabel, pois da última vez que aqui estive eu conhecia desde as pessoas que estavam na primeira fila da plateia, até o pessoal que trabalha atrás do palco”. James foi o primeiro brasileiro a ser diplomado como concertista em flauta pela Escola Normal de Música Alfred Cortot de Paris, é flautista da Orquestra de Câmara Europeia e é um dos fundadores dos Verões Musicais de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Atualmente, é professor do Centro de Estudos Musicais Tom Jobim (São Paulo), além de integrar a Orquestra de Câmara Engenho Barroco. É Embaixador da Paz da ONU, por conta do trabalho desenvolvido com crianças e adolescentes na Venezuela.
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Serviço
Temporada 2022 de concertos da Orquestra Sinfônica do Recife
Datas: 9 e 10 de agosto
Horário: 20h
Local: Teatro de Santa Isabel (Praça da República, Bairro de Santo Antônio)
Entrada franca: Ingressos distribuídos na bilheteria do teatro, uma hora antes das apresentações
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: PCR / Divulgação