Sempre achei que o pernambucano tem assim, digamos, uma espécie de vocação para quermesse. O que é o nosso carnaval de rua, senão uma grande quermesse? Comparem as ruas do Recife e de Olinda com as do Rio de Janeiro, durante a festa mais popular do País, e vejam as diferenças. Normalmente, quando bem bolados, os eventos de rua estão destinados ao sucesso. As pessoas ficam ao ar livre, conversam, comem e bebericam, crianças se misturam com adultos. Todo mundo se fala. Enfim, uma grande família. Pois essa é uma das principais características da Feira Livre do Poço, que ocorre ao primeiro domingo de cada mês, no bucólico bairro do Poço da Panela, Zona Norte do Recife.
Vamos lá? Na verdade, a festa de rua já começou às nove da manhã, com show de música, mágica e diversão para a meninada, com Rodrigo Lima. Pouco depois, é a vez da aula de frevo. A partir de meio dia, há um horário reservado para chorinhos e frevo, com Soul da Silva. Às 15h, já em clima de carnaval, show com orquestra de frevo e passistas. E às 17h, Hélder e Boi Marinho, um dos folguedos mais interessantes de nossa cultura popular. Isso tudo no tablado, que fica no meio da rua. Já no Casarão, onde ocorrem exposições, oficinas e outras atividades culturais, a programação também é interessante, principalmente para a meninada.
Durante todo o dia, de 9 às 18h, há espaço destinado para brinquedos infantis. De 8h às 10h, foi ministrada oficina sobre adereços de carnaval, com Zoraya Bryner, para crianças de até sete anos. Até 12h30m, está em curso oficina sobre máscaras de carnaval com Mariza Moreira. Podem participar crianças a partir de sete, adolescentes e adultos. E às 16h, tem oficina de biscoitinhos com Cecília Montenegro, uma das idealizadoras da Feira. Para a pirralhada a partir dos cinco. No Casarão, tem ainda, feira de artes, moda, carnaval. Nas ruas, barracas com venda de alimentos, livros e até plantas. Vamos lá?
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(Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife)
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