Encontro em Alter do Chão termina em compromisso para salvar o Tapajós

Com certeza, um dos locais mais encantadores que já visitei, natureza pura, rio cristalino, areias brancas, praias de água doce, vegetação exuberante. Assim é Alter do Chão, considerado por jornais internacionais como “a praia fluvial mais bonita do mundo” e também como o “caribe brasileiro”. Localizada no Pará e bastante explorada ultimamente por turistas, ela também amarga as ameaças da Amazônia, pois recentemente noticiou-se presença de mercúrio no Rio Tapajós, que oferta praias maravilhosas aos visitantes

Temendo pelo futuro do rio e afluentes, os povos da região se reuniram em Alter, no “Encontro das Águas: Construindo uma Gestão Hídrica Participativa no Tapajós”, realizado nos dias 14 e 15 de junho. Durante a reunião, representantes de Povos Indígenas, Quilombolas, povos tradicionais, organizações de base e militantes de movimentos populares da região da Bacia do Rio Tapajós divulgaram documento que, em resumo, mostra a essência do compromisso das comunidades com a natureza. “Nós somos os rios e somos a terra. O rio é nossa rua e a nossa vida, por isso devemos lutar por todos que vivem nele e dependem dele.”

Povo originários, quilombolas, povos das florestas,ongs, organizações sociais: luta pelo Tapajós

O Encontro das Águas teve como objetivo criar um espaço de escuta e compartilhamento para as organizações locais, visando a construção de estratégias coletivas para a governança das águas e proteção dos rios da bacia hidrográfica do Tapajós. A iniciativa busca promover a participação ativa das populações locais na formulação de instrumentos para proteção dos rios, fortalecendo a articulação entre os diferentes atores envolvidos na gestão dos recursos hídricos. Entre os presentes estava Maria Leusa, liderança do Povo Munduruku. Ela destaca que o trabalho coletivo e unificado é fundamental para proteger o Tapajós e a vida dos Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais que lá vivem:

“É um momento em que nos reunimos, nos encontramos, e nos fortalecemos em nossa luta pela proteção do Tapajós e a vida do nosso povo. O Rio Tapajós é fundamental para nossa existência e resistência. Ele é um símbolo da nossa luta e da nossa defesa contra as ameaças que estão surgindo. Estamos construindo um caminho para o futuro, lutando pela defesa da nossa vida. Essa é uma construção importante, um momento de aliança e cooperação”.  

O Encontro das Águas simboliza o início do projeto “Rumo a uma Gestão Participativa da Água na Bacia do Tapajós”, ação conjunta que tem como intenção fortalecer a participação e a influência política dos povos indígenas e das comunidades tradicionais da generosa Bacia do Tapajós nos espaços de gestão das águas. O objetivo é promover processos participativos que permitam às populações locais atuarem de forma ativa, qualificada, reconhecida e empoderada nos debates políticos sobre as águas do Tapajós. Entre outras ações, a iniciativa prevê curso de formação de defensores e defensoras das águas do Tapajós.

Liderança indígena, Maria Leusa Munduruku levanta a voz contra as ameaças ao Rio Tapajós: “vida”

O evento foi organizado pelo Movimento Tapajós Vivo (MTV), Federação dos Povos Indígenas do Pará (FEPIPA), Instituto Centro de Vida (ICV) e WWF-Brasil, marca um importante passo para discutir temas relacionados à gestão participativa das águas. O encontro começou na sexta-feira (14) com debates sobre a importância dos rios vivos e saudáveis, bem como uma análise da conjuntura em defesa das águas e ameaças à Bacia Hidrográfica do Tapajós.

Entre o Rio Tapajós e seus afluentes, as paisagens paradisíacas são imensas. Natureza em risco

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotografias:  Letícia Lins / Acervo #OxeRecife e Viviane Borari/ Tapajós

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One comment

  1. Um paraíso que precisa ser preservado!
    Importante a participação da população local no processo de forma ativa e consciente,multiplicando ações que resultem na melhoria do meio ambiente e em desenvolvimento sustentável.

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