Tartaruga verde saiu da lista de animais ameaçados de extinção, mas Tamar alerta sobre riscos

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Cuidado houve. E muito. Até pano molhado e mangueira foram utilizados para evitar que a tartaruga-verde (Chelonia mydas)  resgatada no Litoral Norte do Estado, não desidratasse. O quelônio apareceu na praia de Catuama, em Goiana, onde foi recolhida por veranistas. E, em seguida, enviado para o no Centro de Triagem e Reabilitação  de Animais Silvestres (Cetras Tangara). O Cetras é a unidade da Agência Estadual do Meio Ambiente que acolhe animais silvestres, faz reabilitação e depois os reintroduz à natureza.

A tartaruga marinha foi levada ao Cetras pela Prefeitura de Goiana, no domingo (15/01) à tarde, para atendimento veterinário. Porém não resistiu aos ferimentos e morreu na segunda-feira (16/1). De acordo com a equipe do Cetras, foi realizada avaliação clínica e procedimentos de estabilização, mas o animal não resistiu,  pois estava muito debilitado. Tinha um quadro grave de perda de  gordura e de massa muscular. O corpo da tartaruga foi levado para a Universidade Federal Rural de Pernambuco, para que seja realizada a necrópsia.

Tartaruga verde já esteve na lista de animais ameaçados de extinção mas espécie ainda desperta cuidado

Dá muita pena ver isso acontecer. A Chelonia mydas já integrou a a lista oficial de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção. Devido ao trabalho de ambientalistas, realizado há mais de 40 anos em defesa da espécie, ela passou para a categoria de “quase ameaçada”. Porém a poluição, as alterações no habitat do animal, as redes de pesca, as mudanças climáticas e sobretudo o excesso de plásticos no mar têm prejudicado a sobrevivência da tartaruga, tão necessária à saúde dos oceanos. Uma outra tartaruga, de 50 anos e pesando 150 quilos, que estava  sob os cuidados da Universidade Federal Rural de Pernambuco também morreu. Ela havia sido resgatada há alguns dias, com uma barbatana decepada.

Os pesquisadores da UFRPE acreditam que ela ficou presa em uma rede de pesca. O animal passou por cirurgia, mas não resistiu. Ela  foi resgatada na praia de Ponta de Pedras, também em Goiana, a 64 quilômetros do Recife. Veterinários e biólogos reclamam que Goiana não possui um centro de recepção para esses quelônios nem nenhum serviço que os protejam nas praias.  Revelam, também, que dificilmente as tartarugas chegam a viver um século, como ocorria no passado. No Brasil, há cinco espécies de tartarugas marinhas: Chelonia mydas (verde), Caretta caretta (cabeçuda), Eretmochelys imbricata (tartaruga-de-pente), Lepidochelys olivacea (tartaruga oliva) e Demochelys coriacea (tartaruga-de-couro). A Chelonia mydas saiu da lista ameaçada de extinção por conta da portaria 148 de 7 de junho de 2022. Mas de acordo com o Centro Tamar/ ICMBio, apesar da reclassifiação, “as ameaças permanecem no Brasil”, o que exige  “medidas continuadas de conservação dessa espécie com ações que atendam ao cumprimento da legislação nacional”, e que sigam os tratados internacionais.

Nos links abaixo você confere informações sobre tartarugas e outros quelônios, como cágados e jabutis.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: CPRH e Centro Tamar/ ICMBio (divulgação)

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