Depois de nove anos fechada e quase caindo, Matriz de São José retoma as atividades na sexta, 16

Que bom… Depois de concluídas reformas em algumas igrejas que compõem o valioso patrimônio arquitetônico e religioso do Recife, mais um templo que passou longo período fechado e interditado recomeça a funcionar parcialmente nesta semana. É a Matriz de São José, situada no bairro histórico do mesmo nome. Ela  será reaberta às 11h da próxima sexta-feira (16/12), em cerimônia que terá a presença do Arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, que celebrará missa para assinalar a volta ao funcionamento do templo católico. A igreja esteva sem abrir ao público desde 2013, e até árvore cresceu sobre o seu telhado. Na foto acima, que fiz antes da reforma a partir da horta suspensa da sede da ong Pequenos Profetas, dá para ver o telhado cheio de buracos (com risco de desabar), as árvores crescendo em suas laterais, e o aspecto de abandono. Abaixo, os andaimes na obra ainda em andamento.

A fachada da Matriz de São José estava totalmente comprometida, e obras de recuperação só terminam em 2023

Antes da Matriz de São José, outros templos pernambucanos passaram por grandes reformas, e alguns deles estiveram na iminência de ruir. Foi o caso da Basílica da Penha (1882), na Praça Dom Vital, que nem é tão antiga como as demais que precisaram de restauração. Também passaram por reformas a Catedral de São Pedro dos Clérigos (1782), no Pátio de São Pedro. E a Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Militares (1726), que fica na Rua Nova. Cada uma é mais suntuosa do que a outra. Elas exigiram anos a fio de trabalho de restauradores.

Na verdade, a solenidade de sexta-feira marca a retomada gradual das atividades na construção do século 19.  E que estava com problemas estruturais graves, impedida até mesmo de celebração de missas. “Tínhamos o comprometimento da fachada, da sacristia, além de rachaduras e infiltrações nas paredes, forro e teto, que resultavam em um perigo para toda a nossa comunidade”, comenta o Padre César, responsável pela igreja, cujas missas foram transferidas para a Capela da Santíssima Trindade, na Avenida Dantas Barreto, também no Centro do Recife. No início de 2020, o Consórcio Novo Recife iniciou estudo e investimento de R$ 4 milhões na reforma do equipamento religioso.

O Consórcio é formado pelas empresas Ara Empreendimentos, GL Empreendimentos, Moura Dubeux Engenharia e Queiroz Galvão e responsável pela implantação do polêmico projeto Novo Recife, no Cais José Estelita.

Datada do século 19, Matriz de São José reabre na sexta, depois de nove anos interditada: risco para os fiéis.

A obra de restauração tem a ver com acordo feito pelo grupo de empresários  e as autoridades, para a construção do empreendimento em questão, que mobilizou toda a sociedade recifense. O Consórcio Novo Recife contratou o Instituto de Desenvolvimento Humano, que é especializado em restauração de igrejas, para a execução do serviço. O atual trabalho em andamento é o de recuperação da fachada. Toda a obra será concluída no primeiro trimestre de 2023, antes da tradicional Festa de São José, realizada em março. Ainda neste ano, com a finalização das intervenções internas, após a missa presidida pelo Arcebispo, vão retornar à igreja matriz as celebrações, as atividades sociais e pastorais. “É um momento importante na nossa trajetória porque endossa a relação do recifense com nossa igreja, que é de muito respeito e carinho”, conta Padre César.

Abaixo, você confere informações sobre templos religiosos do Recife e de Olinda.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Letícia Lins e Divulgação / Consórcio Grande Recife

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