Linda demais, a antes chamada Estação do Trem do Recife, a Estação Central, que fica no bairro de São José, região central do Recife. E que depois foi transformada em Museu do Trem, desde que nossos trilhos, vagões e locomotivas viraram sucatas, o que aconteceu após a “privatização” da saudosa Rede Ferroviária Federal, em 1997. Foi quando o então Presidente Fernando Henrique Cardoso oficializou a concessão da Malha Nordeste à Companhia Ferroviária do Nordeste. Lembro-me da cerimônia, que cobri como repórter, quando as autoridades locais achavam que, com a medida, a Rffsa sobreviveria e levaria riqueza à região, como ocorria no final do século 19 e comecinho do século 20.
Pouco tempo depois, os sonhos naufragavam. E deu no que deu. A Rffsa, hoje, faz apenas parte de nossas memórias afetivas. Como era bom viajar de trem. Lembro que quando íamos a Vitória de Santo Antão visitar familiares, eu e minhas irmãs exigíamos o passeio de trem aos nossos pais. Ônibus? Nem pensar. A paisagem era mais bucólica, e todo trem – por mais velho que seja – tem sua magia. Em 2018, estive no Museu do Trem. Deu vontade de chorar, quando vi as antigas máquinas, verdadeiras relíquias, paradas no seu pátio. E mais ainda, no interior do museu, quando ouvi o som dos saudosos apitos da locomotiva. Menos ruim. O museu estava arrumadinho e bem bonito. Mas desde então, precisa de reparos.
A boa notícia é que, pelo menos, a memória das nossas linhas férreas está preservada. É que o Museu do Trem precisava de reforma, restauração. Nessa terça-feira (7/10), a Governadora Raquel Lyra assinou ordem de serviço para requalificar a instituição. O investimento é de R$ 3,2 milhões, os trabalhos serão executados pela Fundarpe.
A Fundarpe é a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), que cuida do patrimônio artístico e histórico do estado. As obras deverão demandar cerca de dez meses. O Museu já vinha em obras, que foram concluídas em 2024 (esquadrias, janelas, portas, cobertas e pintura externa). Porém foi detectada presença de cupins no prédio e isso exigiu nova intervenção.
Essa nova etapa de trabalho contemplará serviços como imunização geral contra agentes xilófagos (como cupins), reparos e complementação de telhados, calhas e condutores pluviais, recuperação da cobertura da gare, revisão e modernização das instalações elétricas e hidro sanitárias com melhorias nos banheiros, implantação de sistema de prevenção e combate a incêndio e pânico, restauração de pisos e forros em madeira, instalação de circuito interno de câmeras e sistema de para-raios, além da renovação do sistema de climatização e pintura geral.
De acordo com a Fundarpe, o Museu do Trem será entregue ao público de forma mais interativa, proporcionando uma vivência mais rica e envolvente com os visitantes. Segundo o governo estadual, Raquel Lyra já investiu em R$ 75 milhões em treze intervenções em edifícios históricos localizados no Estado. Posteriormente o #OxeRecife informa quais são essas intervenções.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Hesíodo Goes / Secom PE
