Está ruim, a situação das ruas que dão acesso ao Pátio de São Pedro, um dos mais icônicos locais do Recife e o primeiro conjunto arquitetônico de Pernambuco a ser classificado como monumento nacional. Portanto, tombado pelo IPHAN. O logradouro é uma das principais atrações turísticas do Centro. A sua igreja – a Concatedral de São Pedro dos Clérigos – começou a ser construída no século 18 e chama a atenção pela arquitetura externa e também pelo riquíssimo interior, com nave em octógono e elementos decorativos dourados. Linda, e bem conservada. Felizmente. Até fiquei surpresa, nessa cidade de monumentos abandonados.
Estive no local no último sábado, para assistir um concerto. E o que percebi? Se a chamada Rua das Águas Verdes possui esse nome devido a um canal que a cortava e que, nos séculos passados, suas águas se misturavam com as de esgoto formando uma camada de lodo verde, a Rua do Fogo deveria, hoje, se chamar Rua das Águas Sujas. É que passei a pé pela via, e o ar está simplesmente irrespirável. Há água de esgoto acumulado junto ao meio-fio. E, para completar, o fedor de amoníaco toma todo o espaço porque, pelo visto e pelo que se sente, a rua do Fogo virou mesmo foi um mictório. Se o acesso para ao logradouro turístico – para quem vem no sentido Rua Duque de Caxias/ Pátio de São Pedro – está nessas condições, imaginem então, a situação de outras ruas do nosso detonado centro da cidade, como aquelas que ficam no chamado comércio do vuco vuco… Sinceramente, esse discurso de revitalização do centro da cidade tem muito é blá-blá-blá, porque quem anda por bairros como Boa Vista, Santo Antônio, São José e boa parte do próprio Bairro do Recife, sabe muito bem do que estou falando. Tem gente que vai ao centro e volta para casa com depressão, vontade de chorar…
A requalificação da Rua da Palma não ficou um primor, mas bem melhor do que a situação que se encontrava, herdada da gestão anterior, quando a cidade ficou totalmente abandonada. O trecho que sofreu intervenção é aquele fica após o cruzamento com a Rua Nova, no sentido São José. Já no outro lado, esse daí abaixo – próximo à esquina com a Av. Guararapes – temos essa bagaceira vista na foto, com “padronização” de quiosques que deixam a desejar. Cá para nós, estão muito mais para a conhecida favela do papelão, do que para um centro da cidade em que nossa gestão pública revela estar cuidando, reabilitando. Sinceramente, a reabilitação de uma área urbana começa por melhoria no seu aspecto, para torná-la mais atraente a investidores e eventuais moradores, não acham?… Cadê o Recentro?
Observem a foto seguinte. Esse atentado estético é na esquina da própria Palma com a Rua Nova. Nós já chamamos atenção para essa intervenção desastrada, feita por particulares, em prédio histórico. Lembram daquele edifício rosa, que fica defronte do antigo Cinema Art-Palácio, que no início do século passado era uma confeitaria? E que foi nele onde houve o assassinato de João Pessoa, crime que fez explodir a Revolução de 1930? Nem tenho passado lá, para não sentir tristeza.
A antiga confeitaria sofreu uma verdadeira agressão, daqueles que a gente pode tomar como exemplo para a frase “como acabar com a beleza de uma cidade”. Infelizmente, no centro do Recife tem sido assim.
Onde alguém mexe, é para pior. Pode, um negócio desse? Cadê o amor pela nossa cidade? No Recife, havia uma lei que limite o tamanho de cartazes e placas nos edifícios. Virou letra morta, foi? E áreas como as ruas Nova, Imperatriz, Duque de Caxias, Pátio do Livramento são a melhor prova disso. Os prédios são bonitos do primeiro andar para cima. Pois no térreo, são os próprios comerciantes que se encarregam de obras de “modernização”, que seriam vetadas por órgãos públicos que encaram o patrimônio arquitetônico de suas cidades com mais seriedade do que no Recife… A verdade é dolorosa na nossa capital. Que pena…
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife
Me perdoem a contundência, como o Legislativo do Recife e seus membros não são muito conhecedores de Leis Municipais e tampouco da Lei Orgânica do Recife, sugiro que procurem na Biblioteca da antiga Secretaria de Assuntos Jurídicos, que hoje não conheço a atual nomeclatura, e se essa Biblioteca ainda existir, pois ficamos sabendo de Servidores Ativos e ainda sobreviventes que as Bibliotecas do Edifício Sede foram extintas, no Glossário Institucional, a Palavra CENTRO TURÍSTICO DO RECIFE como aprovou uma Lei Municipal dando esse Título ao Páteo de São Pedro e seu entorno de casarios com Arte, Cultura, Comércio e Serviços de seus limites. A Rua do Fogo, Rua das Águas Verdes começando desde o Páteo do Terço, e a Rua da Indústria que vai até a lateral direita da Igreja de São Pedro dos Clérigos vindo da Rua Tobias Barreto, formam o entorno daquele Centro Turístico e Urbano do Recife. Passei na semana passada por lá, como sempre faço, reverenciando a Beleza e a Grandeza da Igreja de São Pedro e minhas saudações canônicas e cristãs. Olhei para o antigo Bar de Aroeira e parei em frente a Casa 33 onde no Dia 05 de Junho de 1932 foi Fundado do Bloco Carnavalesco Misto Batutas de São José por Augusto Bandeira e tudo tá desprezado e esquecido, nenhuma mídia reverenciou no começo de junho os 93 anos do meu Bloco Amado Batutas de São José. Perfeito seu trabalho de Amor ao Recife Letícia Lins, tudo ali fede, até o esquecimento dos Poderes Públicos do Recife. Parabéns meu Amado Bloco do meu Bairro de São José , como dizia meu Saudoso e Eternamente Amado Pai ,João Xavier Correia, que na segunda feira de carnaval tinha seu ritual de ir assistir a saída do Bloco nas ruas do Bairro de São José, e com seu lenço branco nas mãos a outra sustentava minhas mãos, quando avistava Augusto Bandeira na Frente do Flabelo, Edite Rainha do Cordão e João Santiago tocando os acordes da Música de nossa História de resistência na História do Carnaval de Pernambuco NÃO DEIXEM MORRER BATUTAS, de Álvaro Alvim , levanta seu lenço e com os olhos lacrimejantes gritava……LÁ VEM MEU BLOCO BLOCO AMADO …..depois em um ritual de moradores e amantes de Batutas cantando em uma sua voz caminhando rumo a porfia na Praça do Diário de Pernambuco …..
Não deixem morrer Batutas,
Não deixem Batutas morrer,
Batutas tem um passado de lutas,
Viva Batutas, Batutas vai vencer.
Que lindo Bloco, que lindo é,
Nosso Batutas de São José,
Tem Tradição, tem Glória, tem História prá valer,
Não deixem Batutas morrer….
Confesso que faço parte do time que,quando vai a centro,volta pra casa com depressão e vontade de chorar.
Por exemplo, tomemos o Concerto na São dos Clérigos, uma belíssima apresentação ( eu não fui,mas soube que foi maravilhoso),numa Igreja linda,com um interior riquíssimo.Imaginem o percurso que que o cidadão tem que percorrer,se deparando com ruas fétidas,lixo,esgoto….até chegar ao monumento arquitetônico que é a São Pedro dos Clérigos. E lá, finalmente, será recompensado pela grande música não sem antes lamentar o profundo descaso e omissão dos gestores públicos, que abandonam o centro da cidade de forma vil,vergonhosa e indecorosa.Doloroso retrato da cidade.
O Recentro é inoperante, apenas um instrumento político com promessas vazias ,inexpressivo e incompetente.