“Composcletada” estimula uso de resíduos orgânicos e implantação de composteiras

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A turma que gosta de pedalar sempre arranja um motivo a mais para circular nas duas rodas. No Recife existem circuitos noturnos; ciclofaixa de lazer, aos domingos e feriados; passeios turísticos, organizados pela iniciativa privada, como o La Ursa Tours; roteiros para ciclistas programados por ação oficial, como os do Projeto Olha! Recife. Nas datas comemorativas – como São João e Carnaval – há as “bicicletadas” juninas ou carnavalescas.  Pois agora o pessoal que é adepto da agricultura orgânica acaba de inovar, quando o assunto é passeio de bike. É a Composcletada, que aconteceu nesse domingo e vem a ser o primeiro Mutirão Agroecológico Ciclístico de 2023.

O roteiro não foi extenso, sendo cumprido apenas na Zona Norte, tendo sido organizado por André Cardim, da Cria Verde, empresa que dá consultoria para implantação de composteiras e hortas, incluindo as domésticas e que comercializa “adubos naturebas”, como o composto orgânico e o biofertilizante. Depois de fazer um curso no Serta (Serviço de Tecnologias Alternativas), Cardim passou a colaborar inclusive com iniciativas comunitárias, como é o caso do Jardim Secreto do Poço da Panela, onde os moradores transformaram em horta e pomar uma área degradada (de 3 mil metros quadrados) e que vivia cheia de lixo à margem do Capibaribe. No JS, ele ajudou o grupo de moradores a implantar duas pequenas unidades para produção de composto orgânico, obtido através do aproveitamento e decomposição de cascas de frutas e verduras, de ovos, borra de café que normalmente iriam para o lixo.

Resíduos naturais –  como cascas de frutas – que iriam para o lixo, abastecem composteiras como a do Jardim Secreto

No domingo, ele e mais alguns colegas que também já fizeram cursos no Serta estiveram  na Rua do Mussu (em Apipucos). Também foram ao final da Rua Marquês de Tamandaré, onde fica o Jardim Secreto, no Poço da Panela. Por fim, chegaram à Rua Samuel de Farias, em Casa Forte, no Espaço Circular, onde também está instalada uma composteira. “Felizmente, o pessoal da cidade está aderindo a essa prática, pois só eu na Cria Verde, já instalei mais de 60 composteiras no Recife”, diz. Ou seja, uma iniciativa à qual todo mundo devia aderir, casas, empresas, condomínios. Pois o que não falta, no ambiente doméstico, é casca de frutas, verduras, de ovos, restos de café. E a produção, pelo que ele diz, não é difícil.

Principalmente do composto , que exige apenas armazenamento dos restos e folhas secas (diferente do “adubo” orgânico líquido, o biofertilizante, que é um pouco mais complicado para produzir). Cardim tem para fornecer dos dois tipos, o seco e o líquido. Acompanhamos, no domingo, a primeira parada do roteiro, que é bem pertinho da residência da redatora aqui.  Foi no Espaço Oxóssi, de Lyndon Raimundo da Silva, descendente de uma família da agricultura tradicional no Agreste. Ele tem um pequeno terreno de 10 por oito metros quadrados, onde faz compostagem para – por enquanto – adubar suas plantinhas decorativas. Porém está pretendendo implantar uma horta doméstica para produzir hortaliças e ervas medicinais.  Mesmo pequeno, o espaço comporta fruteiras como coqueiro, mangueira, bananeira, cajueiro. E há, também, um pé de acerola que estava frutificando. Lyndon está juntando garrafas PET, para plantar hortaliças e ervas para consumo doméstico e para os vizinhos. Quem estiver interessado em implantar a composteira  ou comprar o equipamento pronto, pode pegar informação com Cria Verde, telefone (81) 996524662. A Cria Verde também orienta na implantação de hortas.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife e André Cardim/ Cria Verde / Acervo #OxeRecife

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