Caminhadas Domingueiras: “Vem que o Centro Tem”, a nova sinalização da rota histórica do Recife

Hoje tivemos a primeira edição de 2024 das Caminhadas Domingueiras, projeto liderado pelo consultor, arquiteto e urbanista Francisco Cunha e que costuma reunir de 150 a 200 pessoas por passeio. E que já virou tradição na cidade, pois o grupo foi o primeiro da iniciativa privada da capital a explorar  sistematicamente e a pé, a história, a arquitetura, as belezas e as curiosidades do Recife. Os  passeios são gratuitos, dispensam inscrição prévia e ocorrem, sempre, na própria cidade, embora algumas vezes também se estendam até Olinda. O tema de hoje foi sobre uma novidade:  Sinalização da Rota Histórico Cultural do Recife, cuja primeira etapa acaba de ser concluída. A iniciativa é do Recentro, programa criado pelo Prefeito João Campos (PSB) para revitalizar o combalido centro da cidade.

O mote da sinalização: “Vem que o Centro tem”, que é uma forma de atrair os moradores da cidade para o centro, cada vez mais esvaziado. Ao ser concluída, a nova sinalização deverá contemplar cerca de treze quilômetros de extensão de vias de bairros como Boa Vista, Santo Antônio, São José e Recife Antigo, segundo Ana Paula Vilaça, Coordenadora do Recentro.  No momento, 3,5 quilômetros dos três últimos já estão contemplados.  De acordo com o Secretário Executivo do Recentro, João Paulo da Silva, a sinalização já implantada possui três mobiliários urbanos  instagramáveis, como o da foto abaixo. Já podem ser vistos em locais como Avenida Dantas Barreto  e Praça Dom Vital. O terceiro, que fica na Praça da Independência, foi retirado temporariamente, e retorna ao local após o carnaval.

Mobiliário tem duas faces. Em uma, o apelo “Vem que o Centro tem”. Na posterior, informações sobre a cidade

Esses mobiliários compõem o equipamento informativo mais completo da nova sinalização. Possuem mapa da rota, 40 localidades que merecem destaque – como o Pátio de São Pedro, o Teatro Santa Isabel, o Palácio do Campo das Princesas, templos religiosos, estátuas, etc-  e QR Code com informações sobre elas. Também há direcionais no chão, cerca de 40, espalhados no asfalto que mostram os caminhos a serem percorridos, os quais passam praticamente imperceptíveis entre os pedestres. Nós, das Caminhadas Domingueiras, só os vimos porque nos foram mostrados. Mas segundo Ana Paula, foi implantado tomando por inspiração modelo “adotado na Europa”. Há, ainda, doze sinalizações de esquina e quatro “aéreas”, que são aquelas que ficam em suportes com quatro metros de altura.

Houve restrições  principalmente a estes, pois o tamanho das legendas parece não ser compatível com o alcance da visão dos pedestres. Eu, que tenho a vista ótima  (após cirurgia) tive dificuldade de identificar o que está escrito. Pedi que várias pessoas lessem a legenda nessas chamadas “placas aéreas” e todos citaram o mesmo problema. Ana Paula disse, no entanto, que  essa primeira fase pode contribuir para aperfeiçoar as seguintes. A nova sinalização – com as três tipos –  já pode ser observada em locais como  Marco Zero, Boulevard da Rio Branco, Ponte Buarque de Macedo, Praça da República, Rua do Imperador, Avenida Dantas Barreto, Praça do Sebo, Rua do Sol, Pátio do Carmo, Pátio de São Pedro, Praça Dom Vital. Foi mais ou menos o caminho percorrido hoje e que, provavelmente, poderá facilitar a vida dos nativos e dos visitantes, já que a sinalização turística do Recife há tempo estava bem danificada, com pichações, ferrugem ou destruídas pelos agentes do vandalismo, que não são poucos na cidade.

Na galeria de fotos abaixo, você confere outras sinalizações da Rota Turístico Cultural do Centro do Recife:

Leia também
Sinalização irracional e poluição visual
Rua do Bom Jesus ganha moldura para selfie
Turismo, placa apagada e boi voador
Placas turísticas em agremiações
Vândalos não poupam esculturas nem placas de bronze, ferro ou cobre
….
“Caminhadas Domingueiras ” faz o primeiro passeio a pé de 2024
Domingo tem Caminhadas Domingueiras (na Várzea) e Bora Preservar (Casarões Antigos do Centro)
Caminhadas Domingueiras: jardins filtrantes, canteiros floridos e Parque do Caiara vazio
“Olhem o Recife pelo que a cidade pode vir a ser”
Caminhadas Domingueiras faz o mesmo percurso do riacho do Cavouco: da nascente à foz
Grupo Caminhadas Domingueiras revive os caminhos percorridos pela maxambomba
Caminhadas Domingueiras faz passeio seguindo o roteiro dos heróis da Revolução de 1817
Caminhadas Domingueiras em Olinda
Caminhadas Domingueiras faz percurso da cidade holandesa
Percurso entre dois arraiais do século 17 que ficaram história em Pernambuco
Sessão Recife Nostalgia: Sítio Trindade, história, festa, verde e abandono
Memorial da Democracia no Sítio da Trindade reverencia Paulo Freire
Sessão Recife Nostalgia: Viagem do século 20 ao 17 com livro e expô inédita no Museu da Cidade do Recife
Sessão Recife Nostalgia: Maurisstad,  arcos, Boi Voador e memória
Caminhadas Domingueiras voltam a ser mensais. Roteiro hoje foi pelo bairro de São José
Caminhadas Domingueiras: “Olhem o Recife pelo que ele pode vir a ser”
Caminhadas Domingueiras: Passeio do estilo colonial ao moderno bossanovista
Caminhadas Domingueiras: Verde Olinda
Mergulho no estilo neocolonial no Recife
Art Déco: Miami ou Recife?
A República e o estilo eclético no Recife
Aluga-se um belo prédio na Bom Jesus
O charme dos prédios da Bom Jesus
Derby: eclético, art déco, modernismo
Lembram dele? O caso do prédio que teve duas fachadas simultâneas
Os gelos baianos e a revolução de 1930
Os primeiros das Américas
O Sertão urbano do Benfica
Praça Dom Vital de roupa nova
Pátio de São Pedro está sendo pilhado
Silenciosa relíquia do tempo de Nassau
Sinos novos na Basílica do Carmo
Uma pérola na comunidade do Pilar
O ferro na arquitetura do Recife
Rua da Conceição e relíquias religiosas
Matriz de Santo Antônio: Xô, vândalos
Ginásio Pernambucano no Olha! Recife
Passeio por três séculos de história
Um passeio pela história do Recife
Bairro do Recife em discussão
Dê o Recife de presente ao seu  papai
Recife, saneamento, atraso e tigreiros
Nota dez para o Recife que te quero ver
O ar “refrigerado” da mata sob o sol
Vai sair reforma do Chalé do Prata
São José e Santo Antônio ganham livro.
Livro mostra que São José tem mais permanência do que descaracterização 

Texto e fotos: Bruna de Oliveira (Recentro) e Letícia Lins / #OxeRecife

Continue lendo

2 comments

  1. Boas informações você nos trouxe, Letícia. Claro que a nova sinalização, o mapa de rota de 40 localidades.. tudo isso é importante e merece destaque. Acho que para o turismo a iniciativa é super importante, principalmente para o turista de fora do país. Divulgarei. Mas espero mais do Recentro. É preciso algo que efetivamente chame a população para ocupar as áreas centrais da cidade.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.