Dá para acreditar que, em pleno século 21, fiquei sem luz elétrica na terça-feira (03/05) por três ocasiões? E que na última vez o apagão foi de 7h da noite até 4h30 da manhã seguinte? Dá para acreditar que hoje já é a segunda vez que falta energia na minha casa, e que ela se foi por volta de 9h da manhã e até 13h30 ela não chegou? Pior: Na primeira ligação para a Neonergia me informaram que o retorno da luz estava previsto para 16 h. Na segunda, para 18 h. Desde a semana passada, o vai e vem de luz elétrica é grande na rua em que resido.
O desabafo foi feito na quarta-feira, 4/5, depois de tantas idas e vindas da luz no meu endereço, de reparos mal sucedidos e de tentativas inúteis de fazer uma queixa à Ouvidoria da Neonergia PE. Já havia acionado por várias vezes o telefone de emergência. Até então, todas as equipes que chegavam davam um “jeitinho” na fiação da rua, no “ramal” que abastece a residência e iam embora. Faziam um paliativo, mas logo o problema voltava a se repetir. A penúltima equipe que veio disse que nada podia fazer porque a escada não era suficiente para que a dupla se apoiasse para o conserto. Como assim, se no carro tinha uma escada imensa? Eles disseram que quem for fazer o conserto tem vir com um caminhão com caçamba. Porém a altura do poste que precisava de reparo nem era assim tão grande, como vocês podem observar nessas duas fotos.
Na tarde da terça, liguei para a Neonergia, a fim de solicitar uma nova equipe para operar a substituição do ramal, para resolver o problema em definitivo. Fiquei surpresa com a rapidez. Segundo o atendimento (protocolo 8110670293), a reforma no ramal aconteceria já na manhã do dia 04/05. “Pode esperar a partir das 7h da manhã da quarta-feira”. Como nada ocorreu, liguei outra vez para o 116. A primeira para pedir reparo urgente para retorno da luz. A segunda (8110681870) para cobrar a equipe prometida para a substituição do ramal danificado, que chegaria às 7 de manhã. “Esse tipo de atendimento não é assim tão rápido, só no dia 9 de maio”, informou o novo atendente. Ou seja, até lá eu teria que me sujeitar a duas ou três vezes sem luz por dia, e a esperas que chegavam a intermináveis horas por dia. A situação era tão crítica, que bastava um pássaro pousar ou um sagui correr na fiação para a a luz sumir.
Como nada se resolvia em relação ao ramal, voltei a pedir uma equipe de emergência, no 116. Já sem esperança de solução imediata, liguei para a Ouvidoria da Celpe – ops, Neonergia – e só consegui completar a ligação após umas dez tentativas. Na décima primeira, quando me passaram para a pessoa que iria anotar o problema, fez-se um silêncio até que percebi que não tinha ninguém na linha. Depois, tentei de novo a Ouvidoria. Liguei exatamente 24 vezes. Alguém atendeu? Neca. O telefone só dava sinal de ocupado. Das duas uma: ou o atendimento da Ouvidoria é péssimo ou é tanta gente reclamando da qualidade do serviço, que o telefone 0800 282 5599 não chega para quem quer. Ou então, as duas situações, o que é mais provável. Zero para a Neonergia. Que cobra um horror na conta, mas em matéria de atendimento, deixa – e muito – a desejar.
Finalmente, na tarde da quarta-feira chegou uma equipe de emergência. Os dois eletricistas vieram a bordo de um carro placa OMX 4977. E dessa vez – finalmente – não tenho o que reclamar desses dois profissionais. Não entendo de eletricidade, mas foi a primeira equipe a observar em detalhe o que acontecia, a usar a escada, a passar mais de hora no serviço. A examinar mais de um poste. Ver em detalhe a fiação. Nem mesmo a chuva os afugentou. E, se deram “um jeitinho”, pelo menos desde o conserto que fizeram, a luz não está mais indo e vindo ou faltando por longo período. Nem mesmo oscilando, o que coloca em risco os eletrodomésticos. Os dois até me orientaram para a compra de um “eletroduto” com diâmetro maior do que o atual para colocar no poste interno da casa e explicaram porque isso tem que ser feito, para a mudança de ramal. Infelizmente não perguntei os nomes dos rapazes, mas nota dez para eles.
Fiquei então a pensar: caso precisasse da Ouvidoria da Neonergia, estaria – ainda hoje – pendurada no telefone, puxando os cabelos de revolta e estresse. Porque ninguém consegue falar com esse setor. Nesse caso, a empresa deveria criar a ouvidoria da ouvidoria. Quem sabe, assim, o consumidor conseguiria ser atendido? Eu que o diga….
Infelizmente, as nossas prestadoras de serviços – públicas ou privadas, deixam muito a desejar. Estão aí a própria Neonergia, a Compesa e a Oi, que não nos deixam mentir.
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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife