Um dos mais gostosos e bucólicos bairros do Recife – com paisagens que, ainda hoje lembram áreas rurais (foto) – a Várzea esteve em festa, no sábado. É que aconteceu na Rua Francisco Lacerda, mais uma edição do Projeto Viva Recife nos Bairros, com uma série de atrações para moradores e visitantes. Bom inclusive para os participantes do Olha! Recife, que baixaram na localidade, cumprindo um dos roteiros gratuitos programados para esta semana, pela Secretaria de Turismo e Lazer da cidade.
A Francisco Lacerda é aquela rua bem simpática, onde fica a Igreja Imperial da Várzea, que ostenta a coroa na fachada, por ter sido um dos locais que recebeu a visita de Dom Pedro II, em sua histórica viagem que incluiu o Nordeste do Brasil no século 19. A rua tem cafés e restaurantes, como A Vida é bela e o Mango, cujas mesas ficam ao ar livre em grande parte.

A programação, do Viva Recife foi bem extensa, das 14h às 21h. Ao todo, contou com seis polos para divertir crianças e adultos. E eles vão do conhecimento da rica história do bairro a atrações circenses para divertir a meninada. A antigamente chamada Várzea do Capibaribe começou a ser povoada ainda no século 16, com os primeiros engenhos de cana-de-açúcar, que deram origem a bairros como Engenho do Meio e Madalena. No Polo Exposição, houve uma mostra sobre as origens do bairro, e até mesmo um bate papo com Marcos Sobrinho, autor do curioso livro “Várzea, lembrança de um tempo que se foi”. A parte histórica, aliás foi um dos atrativos do roteiro que o Olha! Recife faz hoje por lá.
No Polo Infantil, das 14h às 17, as crianças contaram com brinquedos infláveis e recreação. No Polo Circense, malabares, bolinha e pratinho; brinquedos aéreos, como tecido, lira e trapezinho fixo; arame e perna de pau para equilíbrio; e as crianças tentar am acrobacia no minitramp. Houve, ainda, dois polos culturais. O da Feira (com DJ Indigo, Orquestra Frevárzea, Fuzuê, Naldo Lopes e Forró de Cabeça. No Palco da Matriz, DJ Soma, Maracatu Real da Várzea, Raízes do Capibaribe, Menino do Violino e Família Malanarquista.

O Polo Economia Criativa contou com venda de produtos interessantes, inclusive artesanais, e também brechó. Abaixo, você pode conhecer melhor a história da Várzea, onde ficam- também – o Instituto Ricardo Brennand (IRB) e a Oficina Francisco Brennand. São dois locais imperdíveis e que constituem roteiro obrigatório não só para turistas como para os recifenses. A Várzea tem tanta importância histórica que é alvo de uma pesquisa arqueológica, no local onde funcionou o Engenho São João, de propriedade de Joãoo Fernandes Vieira. No local, discutia-se formas de resistência contra os holandeses em área que hoje pertence ao campus da Ufpe.
Leia também
Olha! Recife: Rio Capibaribe em dose dupla, Várzea, e Recife Mãe
Várzea também tem queima da Lapinha
Arqueólogos revolvem o passado, no antigo “Engenho do Meio”, na Várzea
Vamos visitar o “rurbano” bairro da Várzea? História é o que não falta
A Várzea de “Nos tempos do Imperador”: Igreja ostenta a coroa na fachada
Na Várzea, jaqueira lembra escravizados e vira memória de história de amor
Secular Magitot em ruínas na Várzea
Arte monumental e natureza generosa
Instituto Ricardo Brennand em festa
O ar refrigerado na mata sob sol
No Dia da Amazônia, trilha pela Mata Atlântica
Boi da Mata agita a Várzea
Praça da Várzea: requalificada porém descaracterizada
Carlos planta 300 árvores e é confundido com professor
Olha! Recife: Museu do Trem, Capibarib
Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife