“Berço das Águas” desencadeia ações para proteção de povos e da floresta

Berço das Águas. O nome é poético, mas se trata de ação social e ambiental realizada pela Operação Amazônia Nativa (OPAN) e que entra em sua quarta edição em 2024, e que ocorre na Bacia do Rio Juruena (no Noroeste de Mato Grosso), em territórios habitados pelos povos Apiaká e Rikbaktsa.

No mês de abril, lideranças do povo Rikbaktsa receberam membros da OPAN entre os dias 06 e 11. Na sequência, entre 9 e 24 do mesmo mês, foi a vez do povo Apiaká receber a equipe indigenista. Em ambos os territórios, foram discutidas estratégias de atuação a partir das demandas de cada comunidade.

O Projeto Berço das Águas visa contribuir  a gestão territorial e ambiental dos povos que vivem na Bacia. Nesta edição estão previstas ações de monitoramento e proteção territorial, fortalecimento de organizações indígenas, manejo sustentável de recursos naturais, geração de alternativas econômicas e fomento às cadeias de valor da sociobiodiversidade. Ou seja, proteção dos povos e preservação da floresta.

Segundo a OPAN, as terras mais preservadas da Bacia do Juruena são aquelas dos povos indígenas

O Brasil é muito grande e realmente o governo é incapaz de, sozinho, monitorar florestas e povos originários. Daí a importância de projetos realizados pela sociedade civil. No caso da operação da OPAN, há o patrocínio da Petrobrás Socioambiental. “Voltamos com a pactuação de uma agenda de ações, um grande cronograma coletivo com cada um dos povos. E também foram indicados os pontos focais para cada um dos eixos de atuação do projeto”, comenta Artema Lima, indigenista da OPAN e coordenadora do projeto Berço das Águas.

As atividades previstas no projeto são voltadas à implementação do Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) do povo Rikbaktsa e  à elaboração da segunda etapa do PGTA da TI Apiaká do Pontal e Isolados. O PGTA consiste na realização de acordos e pactuações do povo para o uso coletivo do território. Reúne instrumentos de gestão (etnomapeamento e etnozoneamento) para um manejo sustentável da terra e constitui uma importante ferramenta política para reivindicações e a visibilidade do povo e de sua forma de vida.

A quarta edição do Berço das Águas prevê ações em três terras indígenas Rikbaktsa (TI Erikpatsa, TI Escondido e TI Japuíra) e uma Apiaká (TI Apiaká do Pontal e Isolados), somando um total de 1.387.033 hectares. Esses territórios estão localizados na região de formação de dois importantes rios amazônicos, o Juruena e o Tapajós. Na Bacia do Jurena vivem dez  povos indígenas, além de grupos isolados. Esses povos habitam 22 terras, um quarto dos territórios indígenas de Mato Grosso, estendendo-se por uma área equivalente a 27% da bacia e abarcando 17 municípios. Lembra a indigienista:

As terras indígenas são as áreas mais conservadas da região, são ilhas de conservação em meio ao contexto de pressões e ameaças, especialmente empreendimentos hidrelétricos, agronegócio e mineração. São extremamente importantes para a conservação da sociobiodiversidade no estado de Mato Grosso e no Brasil, conclui Artema Lima.

Abaixo, você lê mais informações sobre a Amazônia

Leia também
Mudanças climáticas provocam mortes de botos na Amazônia
Mortes de botos: Três operações tentam mitigar os impactos das mudanças climáticas
Golfinho atrai turistas a Noronha
Parem de derrubar árvores. Caminhão apreendido com madeira clandestina da Amazônia
Madeira clandestina da Amazônia
Parem de derrubar árvores na Amazônia. Madeira clandestina
Dia da Amazônia: o boto e pequenos escritores na maior floresta tropical do mundo
Dia da Amazônia: Venda de sandálias reverte faturamento para organização indígena 
Floresta ainda queima e Lula diz que Amazônia precisa ser vista como canteiro de possibilidades
Ministério de Lula tem duas mulheres com muito prestígio internacional
Você sabia que a Amazônia rende muito mais com a floresta em pé?
Açaí, o ouro roxo da Amazônia, é a prova de que a floresta em pé é mais lucrativa que deitada
Amazônia: Projeto “Florestas de Valor” permite lucros a nativos com mata em pé
Conheça palmeiras nativas e exóticas
Ucuubeira preservada rende três mais do que vendida a madeireiras
Tucumã, a fênix da Amazônia
Verdade que a piranga é afrodisíaca?
O tapete vermelho do jambo-do-pará
Dia da Árvore: a “vovó” do Tapajós
Dia da Amazônia: Comemorar o quê?
No Dia da Amazônia, o Brasil tem o que comemorar?
Dia da Amazônia: Agrofloresta ou extração ilegal de madeira?
Por um milhão de árvores na Amazônia
Juçaí, o açaí da Mata Atlântica
Mães do mangue: Cozinha da maré
A festa dos ipês no Recife e no Pará
Amazônia teve 487 mil hectares de bioma queimados nos dois primeiros meses de 2023
Um dia antes da Conferência da Amazônia, Diálogos Amazônicos já mostram resultados
Amazônia pode virar um cerrado
Taxa de desmatamento tem aumento de 60 por cento no governo Bolsonaro
Tartarugas voltam aos rios no Pará
História de Pureza (contra trabalho escravo) vira filme com Dira Paes
Tragédia na Amazônia: Bruno e Don presentes
Velório: Indígenas prestam comovente homenagem a Bruno e Don
Dia da Amazônia: Agrofloresta ou entração ilegal de madeira?
Dia Mundial de Áreas úmidas passa em branco
Greenpeace e MapBiomas denunciam estragos no pulmão do mundo
O Brasil pegando fogo e Presidente bota a culpa no índio e no caboclo
Por um milhão de árvores na Amazônia
Baderna inaugura delivery de mudas para recompor floresta amazônica
Queimadas provocam prejuízo de R$ 1,1 bilhão no Brasil, entre 2016 e 2021

A juçara pode ser tão importante para a Mata Atlântica, quanto o açaí para a Amazônia

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Thiago Forest e Túlio Paniago / OPAN

Continue lendo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.