Floresta ainda queima e Lula diz que Amazônia precisa ser vista como “canteiro de possibilidades”

No dia da abertura da Cúpula da Amazônia, imagens divulgadas pelo Greenpeace mostram que a maior floresta tropical do mundo “ainda queima em ritmo alarmante”. Isso apesar dos indicadores que mostram que no primeiro semestre de 2023 houve redução nos desmatamento, em relação a igual período de 2022 quando o Brasil viveu um verdadeiro descalabro ambiental. Sobrevoos da instituição na região do sul do Amazonas, parte do Acre e norte de Rondônia, conhecida como AMACRO, flagram ocorrências de focos de incêndio criminoso, assim como áreas da União que estão sendo invadidas por grileiros que vendem madeira e queimam a floresta para a pecuária.

De acordo com o Greenpeace, só em 2023 foram registrados 15.744 focos de incêndio no bioma no Brasil, sendo que as queimadas se concentram nos estados de Mato Grosso, Maranhão e Pará, onde o agropecuária mais avança. Fotos e vídeos inéditos das queimadas na Amazônia estão disponíveis na área de mídia do site do Greenpeace. Segundo Rômulo Batista, porta-voz do Greenpeace Brasil, “essas novas imagens deixam claro que, além de monitorar e controlar o desmatamento na Amazônia, o governo também deve investir em medidas para prevenir incêndios florestais na região”. Lembra que uma estação mais seca, combinada com um El Niño mais forte, está criando “o cenário perfeito para o aumento das queimadas na Amazônia”.

“Este é um momento crucial para o futuro do Planeta – o poder público deve implementar um plano de ação integrado que reconheça os impactos da crise climática e foque não apenas em acabar com as queimadas, mas também em responsabilizar quem destrói a floresta”, diz. Informa  que muitos são os fatores que podem estar contribuindo para o aumento do número de queimadas na Amazônia. Além da influência do El Niño, o desmatamento disparou nos últimos anos. As queimadas de 2023 estão sendo identificadas em áreas já desmatadas no passado, como parte do processo de limpeza para novas pastagens e plantações. Todos os anos, o Greenpeace Brasil monitora e documenta as queimadas e o desmatamento na Amazônia, pulmão do mundo.

O Greenpeace – que atua desde 1992 na defesa do Planeta –  lembra que a floresta tropical é vital na luta contra as crises do clima e da biodiversidade que se desenrolam no mundo. O Brasil deve sair de um modelo econômico baseado na destruição dos recursos naturais para um sistema que valorize a floresta em pé, os direitos e conhecimentos ancestrais dos povos indígenas e comunidades tradicionais e promova a justiça social. Na abertura da Cúpula da Amazônia, o Presidente Lula afirmou que a Amazônia não pode ser tratada “como um depósito de riqueza”, mas sim como “um canteiro de possibilidades que precisa ser cultivado”. Ele disse que é preciso zerar o desmatamento até 2030, e afirmou que é preciso que os países amazônicos se unam para preservar a floresta. Nas ruas, protesto contra a discutível e pretendida exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas: “Se vazar onde o óleo vai parar”? A manifestação foi organizada pelo Instituto Mapinguari, Observatório do Marajó e organizações sociais.

Manifestantes foram às ruas para protestar contra a exploração de petróleo na Amazônia

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Greenpeace e Mapinguari e Observatório de Marajó / Divulgação

 

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