Ações educativas no Recife para evitar que pássaros sejam mantidos em cativeiro

Quem costuma caminhar logo cedo ou nos finais de tarde, diariamente, já se habituou a ver, pelas ruas, muita gente levando o passarinho para “passear”. Só que as aves estão sempre no interior de gaiolas, às quais há sempre alçapões acoplados (como na gaiola na foto acima). Ou seja, além de levar a ave para tomar sol, o “dono” do animal cativo  pendura a gaiola em árvores porque o canto do prisioneiro atrai outra ave da mesma espécie que esteja em liberdade. E que cai logo na armadilha. No Brasil, as aves ocupam o primeiro lugar entre as vítimas do tráfico de animais silvestres.

Porém nem todos que possuem aves em casa são traficantes.  Há uma cultura segundo a qual os pássaros devem ficar em gaiolas, para deleite dos seus donos. Muita gente aprisiona os pássaros para ouvir o seu canto, ter um bichinho de estimação em casa, como acontece com canários, curiós e principalmente papagaios, que têm muita interação com as pessoas. Quem prende um pássaro, não sabe a falta que ele faz na natureza. Por esse motivo, no final de semana foi realizada uma ação educativa no Recife, para coibir a captura ilegal de pássaros e  sensibilizar  as pessoas sobre os perigos dessa prática, que rende multas aos proprietários e danos à natureza.

Papagaios estão entre as aves mais visadas por traficantes de animais silvestres, e rende multa alta a proprietários

A ação foi da Prefeitura do Recife que fez operação educativa no Parque do Caiara, localizado na Iputinga, Zona Oeste do Recife. E foi coordenada pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SMAS), em conjunto com a Brigada Ambiental e a Guarda Municipal. Na ocasião, foram distribuídos panfletos com informações sobre a lei de crimes ambientais e o contato para denúncias. Uma ave silvestre na gaiola pode render multa pesada para o “tutor”. Além disso, se a ave foi comprada nas ruas, provavelmente caiu em mãos de traficantes que nem sempre zelam pelo bem estar dos animais. O chefe de Divisão de Unidade de Conservação e Educação Ambiental, Herbert Andrade, acompanhou toda a operação e informou que essa ação será permanente.

“Essa ação será contínua e fará parte da programação do setor de Educação Ambiental, pois precisamos fazer cumprir a aplicabilidade da lei e evitar a captura ilegal, principalmente, em áreas de conservação ambiental. O lugar de pássaros é no céu e não em gaiolas”, comentou. Dentre os crimes contra a fauna, o art. 29 da Lei 9.605/98 pune as condutas de matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida. Agora…. bom lembrar que os órgãos públicos também não zelam pelos pássaros, quando fazem podas exageradas e derrubam árvores no Recife. Eu, por exemplo, já vi galhos caindo com ninhos, na Praça de Casa Forte, durante uma “poda” radical e oficial. Para onde os ovos e bebês foram, ninguém sabe. Foi de partir o coração.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: SMAS

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