Tem gente que nem sabe que aqui no Recife há uma relíquia mundial da época dos dirigíveis. É a torre de atracação de zepelins, que fica no bairro do Jequiá e que vem a ser a única do mundo ainda de pé. Infelizmente ela não tem o tratamento que seu valor histórico exige. Mas, infelizmente, na nossa cidade, as coisas são assim. Fala-se que ali haverá um parque, mas por enquanto o que se vê por lá é lama e mato. Mas, pelo menos, a época dos dirigíveis não passa em branco. Meus avós e tios mais idosos falavam muito das lembranças do Zepellin singrando os céus do Recife. Eles diziam que parecia uma cápsula gigante de prata sob o sol.
Pois quem quiser saber mais alguma coisa sobre essa distante época, não pode deixar de ir à exposição Zepellin: Recife-Rio, que está em cartaz no Museu da Cidade do Recife até o próximo domingo. Ela foi inaugurada em maio, quando se comemorou 87 anos da chegada do primeiro dirigível ao Brasil. A mostra tem imagens do Graf Zepellin, objetos originais relacionados aos dirigíveis, medalhas, fotografias estereoscópicas, selos, livros, postais. Grande parte do acervo é do artista plástico e colecionador Jobson Figueiredo.
A exposição lembra a importância que o Recife teve na história escrita pelos dirigíveis nos céus brasileiros e de todo o Hemisfério Sul. E este seria um motivo ainda maior para que a torre de atracação fosse tratada com carinho .Foi aqui que, na noite do dia 22 de maio de 1930, o Graf Zeppelin fez a aterrissagem do primeiro voo comercial entre a Europa e a América do Sul. Dali em diante, os dirigíveis seriam presença constante nos céus da capital pernambucana. Os voos só foram encerrados quando o modelo Hindenburg explodiu em pleno ar, em maio de 1937, prestes a atracar em Nova Jersey, nos Estados Unidos, matando 36 pessoas.
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Divulgação / PCR
Serviço
Zeppelin: Recife-Rio
Visitação: Até domingo (9), das 9h às 17h
Local: Museu da Cidade do Recife, Forte das Cinco Pontas, Bairro de São José
Entrada Gratuita
Informações: (81) 3355-9558