Uma “piscina” no meio do caminho

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Como já disse aqui antes, no último domingo, troquei a praia por mais uma edição das Caminhadas Domingueiras, que ocorrem uma vez por mês. Fizemos uma deliciosa trilha pelo meio da Mata São João, que dá acesso à Oficina Francisco Brennand, no bairro da Várzea. Digo deliciosa, porque é um alívio para os nossos pulmões andar no meio das árvores, longe dos sons da cidade grande e da poluição de nossas ruas.

Mas foi sair da mata e dos bem cuidados jardins da Oficina, para nos defrontarmos com a realidade, a verdeira paisagem do nosso Recife. A começar pelas calçadas da Rua Gastão Vidigal,  na Várzea, pela qual encerramos a nossa andada, até chegarmos à Avenida Caxangá. E a partir daí, o que a gente viu, realmente era chocante. Calçadas arrebentadas, lixo nas ruas, equipamentos urbanos – como lixeiras –  de  pernas para o ar, paradas de ônibus sem abrigos. E por aí vai.

Nem a “piscina” da primeira foto, nem esta, cheia de buracos, são calçadas cidadãs. Ambas desrespeitam pedestres.

O Prefeito Geraldo Júlio (PSB) participou da última caminhada. Mas não o vi fazendo o final do roteiro a pé. Mas ouvi quando um dos caminhantes reclamava. “Cadê o Prefeito, não está vendo isso não ?”. Ele se referia ao lixo nas ruas, à calçada esburacada e obstáculos no meio do caminho. Realmente, a desordem urbana ofendia aos nossos olhos. Ou seja, depois da paz da mata, a paisagem brutal do asfalto.  Após a paisagem de muito lixo por todo o caminho da volta, ainda nos defrontamos com o que um dos caminhantes chamou de “piscina inadequada”.

Era uma construção, na Gastão Vidigal, que avançava por toda a calçada, deixando o pedestre sem nenhum espaço para passar, e sendo obrigado a andar pelo asfalto, disputando espaço com os carros. Depois dali, o que não faltava era buraco na calçada. E de montão. Tomei o maior cuidado, para não levar um tombo e precisar imobilizar o pé outra vez. Seria a quinta, por culpa e graça dos buracos do Recife. Em janeiro, fraturei a fíbula, por conta de calçada mal conservada. E agora, ando olhando com o maior cuidado para o chão, porque nossas calçadas não são nada cidadãs.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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