Sábado tem “Há Gosto pelo Capibaribe”

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A mobilização do sábado (31) já está anotada no calendário de muita gente boa. É que no último dia desse mês acontece a décima segunda edição de Há gosto pelo Capibaribe, quando centenas de pescadores tiram um dia para limpar aquele que é um dos mais castigados patrimônios do Pernambuco, que recebe descarga de esgotos domésticos desde a sua nascente (no Agreste) até a foz (na Capital). São 250 quilômetros que ele percorre, sem que a população e as autoridades tomem medidas satisfatórias pera evitar o desastre ambiental, em que o nosso rio está mergulhado.

É que além dos esgotos domésticos, o Capibaribe recebe despejos industriais e também muito, mas muito lixo  mesmo, pelos 42 municípios por onde passa, incluindo o Recife. Moradora da margem do rio há décadas e proprietária do Capibar, Socorro Catanhede( à esquerda) decidiu decorar o seu estabelecimento com tudo que tira do leito: capacetes, televisores, carcaças de geladeiras, brinquedos, privadas, o que se imaginar. Também aparece muito lixo eletrônico: monitores, baterias, computadores, tudo que se possa imaginar.

 

Foi a forma que encontrou para chamar a atenção da população para a situação precária em que o Capibaribe se encontra. Ela fundou a organização não governamental Recapibaribe, através da qual recebe instituições de ensino para educação ambiental. Todos os anos, realiza a maratona ambiental Há Gosto pelo Capibaribe, para a ação de limpeza. Em 2018, o evento recolheu 29 toneladas de lixo. Infelizmente a população não poupa o rio.

“Entre 1999 e 2000, só daqui da frente do Capibar, retiramos 600 toneladas de lixo”, conta ela, que está esperando a adesão de mais de 50 embarcações para a edição de 2019. Além do café da manhã, cada dono de barco ganha uma cesta básica, um incentivo social (dinheiro em espécie) e há premiações para os três que fazem a maior coleta de lixo.  A limpeza do rio ocupará o trecho que vai de Casa Forte até a Ilha do Retiro. A maratona tem início às 8 da manhã do sábado, com o café da manhã no Capibar e rodas de conversa sobre a questão ambiental. “O Recapibaribe, quando não está pescando lixo, está pescando consciência ambiental durante todo o ano, com professores e estudantes das mais diversas instituições de ensino”, diz ela.  “Tiramos lixo de um rio de onde deveríamos tirar peixe”, reclama.

Quem quiser participar da campanha, pode ajudar comprando uma camiseta da ong, cujo preço é R$ 30.  A pessoa também pode fazer colaboração em dinheiro, “adotando um barco”, para a gincana. Nos dois casos, o  telefone é (81) 984216618. E o Capibar fica na Rua Tapacurá, 101, Casa Forte, e doações ou compras de camisetas podem ser feitas entre as 10h e 22h.. Entre os colaboradores do evento estão três secretarias do Recife (Meio Ambiente e Sustentabilidade; Turismo, Esportes e Lazer; e Educação), o Centro de Integração Empresa Escola de Pernambuco,  o Programa Aprendiz Legal, a Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, a Liderança do Cidadania na Câmara Federal e ainda três escolas (Elizabeth Sales, a Novo Mangue e João XXIII).

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Letícia Lins e Divulgação / Recapibaribe

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