Pensem em uma turma para produzir. Refiro-me à Escola Cobogó das Artes, fundada por Adriano Portela, e que não cessa de fazer agitação cultural. É lançando livro, é ocupando os palcos do Recife, é dando cursos para tornar possível o acesso da população a todos os tipos de arte. E pensem em uma dupla, que está sempre dando um jeito de atuar em parceria. E aí, refiro-me ao próprio Adriano e a Patrícia Gonçalves Tenório, que já cometeram a proeza nada fácil de escrever juntos um livro de ficção literária, no caso o gostoso Rio a quatro mãos, sobre o qual já falamos aqui no #OxeRecife e cujas informações vocês podem conferir nos links abaixo.
Agora, Adriano e Patrícia estão juntos, em mais uma empreitada. Dessa vez, em dose dupla: no palco e no livro. E, de novo, via Cobogó das Artes. É que às 19h da terça-feira (30/08), o grupo de teatro da Escola encena o espetáculo A Menina do olho verde, no Teatro Hermilo Borba Filho. Trata-se de uma adaptação para o teatro do livro de Patrícia, que é escritora e professora de Escrita Criativa. E da qual Adriano é “afilhado literário”. O livro narra a história de Manoela, uma menina de olhos verdes, que chega a uma cidade de princípios extremamente rígidos, e na qual todos os habitantes seguem as mesmas regras. E, ainda por cima, não há um só morador de olhos azuis ou verdes. Todos possuem as íris na cor preta. E aí… já viu…
O livro A Menina dos olhos verdes, na verdade uma fábula, ganhou na Itália, o Primo Premio Absoluto da Accademia Internazionalle II Convivio. E desde que leu a onírica publicação, que Adriano não se conteve. Ficou fascinado com a história e decidiu encená-la. A adaptação para o teatro é da própria Patrícia, que contou com a ajuda do também diretor para a empreitada. A escritora, aliás, costuma abraçar “todos os sonhos propostos por Adriano”, como costuma sempre lembrar. Pois não é que, com base nos ensaios de A Menina do olho verde, surgiu mais um fruto proveniente das realizações da dupla, vocês acreditam? É que enquanto Adriano realizava os ensaios da peça, Patrícia foi se inspirando e terminou por produzir um outro livro, mais um na sua extensa produção que já somava 20 publicações. Aliás, mais dois.
Agora, são 22. É que no dia de estreia de A Menina do olho verde, amanhã, Patrícia estará lançando Sonhos Artificiais (Editora Raio de Sol). São “sonhos-contos”, curiosamente inspirados em atores e atrizes do espetáculo, e no estudo A interpretação dos sonhos, de Sigmund Freud. Dizia ele: O sonho pode escolher seu material de qualquer momento da vida, bastando apenas que um fio de pensamento ligue as experiências do dia do sonho (as impressões recentes) com as experiências mais antigas.
Entre os contos, encontram-se Acordei querendo ser bom, O dragão dourado, Um mar de lágrimas, O jogo do contente, Viena é uma festa. Em Viena, aliás, fica a Universidade onde Freud ingressou, aos 17. Não é à toa, portanto, que o posfácio de Sonhos artificiais tenha ficado sob responsabilidade de Maria Helena Fernandes, pesquisadora e psicanalista, doutora pela Paris VII. Ela diz:
“Patrícia nos adverte: os sonhos-contos não são necessariamente sonhos reais, são fragmentos de sonhos, trazem marcas do dia a dia, dos encontros e dos desencontros, dos desejos e das dores, falam da vida e da morte, matéria bruta de nossa existência”.
Além de Sonhos artificiais (contos), Patrícia ela lança A Menina do olho verde, no formato adaptação para teatro. Toda a renda com a venda dos livros e com a bilheteria irá para a Escola Cobogó das Artes, que funciona no bairro de Areias, há cinco anos. Abaixo, você confere mais informações sobre a Cobogó. E no, serviço, informações sobre data, local, horário, preços.
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Serviço
Evento: Encenação de espetáculo e lançamento de livros
Espetáculo: A Menina do olho verde
Livros: Sonhos artificiais e A Menina do olho verde (adaptação para o teatro), de Patrícia Tenório
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho (no Cais do Apolo, 142, Recife Antigo)
Dia: terça-feira, 30 de agosto
Horário: 19h
Preços: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia), para os ingressos do espetáculo
Valor dos livros: R$ 15, cada título
Toda a renda dos ingressos e dos livros será revertida para a Escola Cobogó das Artes
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Cobogó das Artes / Divulgação
