Sinceramente, é muita maldade. Uma preguiça fêmea (Bradypus variegatus) foi encontrada se arrastando, no meio da rua no município de Eusébio, em Fortaleza. O bichinho tinha ferimento em uma das mãos, e estava a pelo menos 700 quilômetros do seu habitat. Ou seja, devagar como ela é – quase parando – deve ter sido traficada para chegar tão longe.
Isso porque a preguiça não tem ocorrência naquele estado. Por esse motivo, o seu resgate chamou muita atenção naquela cidade e foi divulgado pela imprensa daquele estado. O mamífero tem movimentos lentos e embora não seja espécie considerada em extinção, enfrenta muitos problemas para sobreviver.
Entre as principais dificuldades encontram-se as queimadas nas florestas. Aqui em Pernambuco já teve caso de preguiça fazendo um esforço absurdo, para salvar o filhote do incêndio. Uma chegou a queimar-se, mas o bebê morreu dias depois devido a problemas pulmonares, porque aspirou muita fumaça. A mãe fez o que pôde. Foi resgatada e levada para a Cprh. A preguiça alimenta-se de folhas e normalmente só gosta mais da imbaúba, planta cada dia mais rara em nossas matas, e também conhecida como árvore-da-preguiça.
A preguiça é animal de Mata Atlântica. Felizmente o bichinho foi resgatado e repatriado para Pernambuco. O animal encontra-se no Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco, o Cetas Tangara, órgão que pertence à Agência Estadual de Meio Ambiente (Cprh). Ela está sendo tratada, e preparada para ser reintroduzida à natureza. Aqui no #OxeRecife não são poucas as notícias que chegam envolvendo preguiças, vítimas de fogo, de destruição de matas e até mesmo de maus tratos provocados por ninguém menos que nós, os homens. Pode um negócio desse?
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Divulgação / Cprh