Tartaruguinhas à vista. Foi na orla do Praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, Litoral Sul de Pernambuco. Nos últimos dias, os pequenos quelônios nasceram e seguiram logo para o mar, como manda a natureza. O local é de abundante alimentação para as tartarugas. Isso devido à barreira de corais naturais e à pouca movimentação de pessoas na praia, que tem uma grande área de restinga preservada. O Paiva sempre foi território preferido pelas tartarugas naquela região.
Há nove anos, a Associação Geral da Reserva do Paiva faz o monitoramento das desovas e acompanha a eclosão dos ovos, a fim de proteger de predadores. Entre dezembro e fevereiro, a AGRP mapeou 32 ninhos de ovos de tartarugas e constatou que em cada ninho tinha, em média, 120 ovos, que eclodiriam depois de 45 a 60 dias. A associação faz divulgação dos nascimentos entre os moradores do bairro para que possam participar desse momento mágico de contato com a natureza, se sensibilizem e ajudem na proteção dessas espécies. Em período de desova e nascimento, quando as tartarugas recém nascidas se direcionam ao mar, é colocada uma fita na área dos ninhos para isolar e demarcar, e assim, evitar acidentes, como pisar nos animais. A entidade até preparou um caminho para facilitar a “viagem” dos filhotes dos ninhos até o mar, onde vão aprender a se virar e se defender dos predadores. Normalmente, eles se guiam pela luz do horizonte.
Por esse motivo, em algumas cidades o cuidado de pesquisadores e ambientalistas é redobrado. É que quando os ninhos ficam próximos ao asfalto, a luz dos carros e da cidade deixam os bichinhos desorientados e muitos morrem atropelados. Como no Paiva a área é bem preservada, eles correm direto para o mar. A orientação da associação para quem encontrar uma tartaruga, um ninho ou qualquer outro animal silvestre, é não interagir com o bicho e acionar a AGRP através do canal De Olho no Paiva, pelo número (81) 99266.1696. Abaixo, você confere informações sobre outras espécies de quelônios.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: AGRP