Poço da Panela: Venda de Seu Vital pode virar patrimônio cultural imaterial

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Uma vez fui visitar minha querida amiga Luzilá Ferreira Gonçalves, em sua residência, no Poço da Panela. Mas cheguei sem avisar, ou antes da hora marcada – não lembro – e a escritora não estava em casa. Então, telefonei, comunicando o desencontro e informei que tinha um livro para ela. “Acho que vou demorar, deixa na venda do seu Vital”. Seu Vital, é o dono da icônica mercearia que fica defronte da Igreja de Nossa Senhora da Saúde, no Poço da Panela, ali na esquina da Rua Álvaro Macedo.

A mercearia, que funciona à antiga, é uma das últimas dos bairros do Recife, já que esse espaço foi ocupado por supermercados. Longe de modernidades como Pix, cartão de crédito ou débito, Seu Vital faz história no bairro. Para começar, funciona em um imóvel secular, que mantém as características do início do século passado. O interior da venda também não mudou. Durante o período junino, ocorre sempre um forrozinho no local. A  calçada da “venda” é ponto de encontro de boêmios e várias gerações de moradores daquele que é um dos mais bucólicos e históricos bairros do Recife.

Vereadora Cida Pedrosa (PC do B): reconhecimento para a icônica Venda de Seu Vital, no Poço da Panela

Pois a Venda de Seu Vital está a caminho de se tornar Patrimônio Cultural Imaterial do Recife, por iniciativa da vereadora Cida Pedrosa (PC do B). Nessa sexta (12/7), Cida entregará na venda a cópia do projeto de lei de sua autoria, designando-a como Patrimônio.  O PL já está em tramitação na Câmara dos Vereadores. Para embasar a proposta, Cida ouviu depoimentos de pessoas – artistas, escritores, poetas, cantores, profissionais liberais, comerciantes – que guardam memórias do local, tão emblemático.

“Reconhecer institucionalmente o legado das pessoas que promovem a cultura na nossa cidade é uma das ações que temos feito com frequência no nosso mandato. Seu Vital tem contribuído para a efervescência cultural do Poço e nada mais justo que homenageá-lo”, diz Cida. A entrega ocorre por volta de 21h, com direito ao som do forró.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Fotopintura com aquarela, de Clarissa Garcia (Poço das Artes)/ Acervo #OxeRecife e Divulgação / Acervo #OxeRecife

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