Pernambuco tem o maior movimento de feiras orgânicas do Nordeste

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Todo mundo sabe que comer hortigranjeiros no Brasil virou um grande risco para a saúde. Isso porque desde que assumiu a Presidência, o Capitão e o seu Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, já liberaram a comercialização de tantos agrotóxicos, inclusive de produtos banidos de outros países. Por esse motivo, o consumidor deve procurar comprar seus alimentos (sempre) – folhas, verduras, frutas – em feiras orgânicas. E a iniciativa tem importância dupla: você garante sua saúde e assegura o pão de pequenos agricultores que, em geral, evitam atravessadores Eles cultivam, colhem e comercializam os próprios produtos.

Com 121 espaços agroecológicos em funcionamento, Pernambuco é atualmente o Estado com maior rede de feiras orgânicas do Nordeste. E também o segundo do País, atrás apenas de São Paulo. E isso é uma coisa muito boa. Há feiras grandes, como as que ocorrem aos sábados, nos bairros das Graças e em Casa Forte. Mas há outras, menores, como as três barraquinhas que se instalam nos jardins da Fundação Joaquim Nabuco, sempre às quintas. Sempre faço lá minha feira semanal. Só um produto ainda não é oferecido lá. A batata inglesa. O resto, de fava a macaxeira, de banana a inhame, tem de tudo. E também ovos de capoeira. Hoje, são 1.030 agricultores cadastrados como produtores orgânicos no Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Lembre-se: ao comprar o produto orgânico, repare se na barraca tem um documento com o cadastro do produtor. Tanto pode ser um Selo de Certificação Participativa quanto  documento comprovando OCO (Organização de Contele Social). Um ou outro deve estar visível aos olhos do consumidor.

Na Fundaj Casa Forte, tem feirinha orgânica todas as quintas sem aglomeração, o que é bom em tempos de pandemia.Agora, o governador Paulo Câmara (PSB) quer instituir uma Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica no Estado. Ele acaba de enviar proposta nesse sentido à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Se aprovado – o que esperamos – o projeto de lei que pode fortalecer e ampliar ainda mais as feiras agroecológicas. e reforçar as ações de desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida das populações do campo e da cidade. Assim como o Programa Estadual de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PEAAF), criado por iniciativa do Poder Executivo em junho deste ano, a Política Estadual de Agroecologia atende a uma demanda antiga dos movimentos sociais do campo, da agricultura familiar e da agroecologia.

A proposta também dialoga diretamente com o Programa de Alimentação Saudável do Nordeste (PAS/NE), instituído em agosto deste ano pelo Consórcio Nordeste como forma de valorizar a agricultura familiar e a alimentação saudável, indo de encontro à política de intensificação do uso de agrotóxicos adotada pelo Governo Federal. O Plano Estadual de Agroecologia, construído conjuntamente com os movimentos sociais, será gerido pela Comissão Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica, composta paritariamente por representantes da sociedade civil e do Governo do Estado. O documento abrange desde a transição da agricultura familiar tradicional para a agricultura de base agroecológica até as políticas de crédito rural, fortalecimento dos espaços de comercialização de produtos orgânicos e agroecológicos, desenvolvimento de pesquisas e tratamento tributário diferenciado para os produtos orgânicos e agroecológicos.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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