Quem precisa de usar o transporte coletivo, na Região Metropolitana do Recife, está enfrentando um dia de caos. É que os funcionários do Metrô do Recife decidiram fazer uma paralisação de 24 horas, deixando cerca de 180 mil usuários na mão. A situação ficou mais complicada, porque motoristas que atuam no transporte rodoviário também decidiram parar, prejudicando 52 linhas. Milhares de passageiros não conseguiram chegar aos locais de trabalho, ou chegaram duas ou até quatro horas depois do horário habitual.
Em Casa Amarela – na Zona Norte – por exemplo, boxes no Mercado Público (um dos mais frequentados do Recife) nem abriram hoje, o mesmo acontecendo com algumas lojas do bairro, que é conhecido pelo seu movimentado comércio. Com mobilidade zero e revoltados, usuários do transporte público organizaram um protesto na BR-101 e até queimaram pneus, no meio da pista. Segundo o Presidente do Sindicato dos Metroviários, Luís Soares, a paralisação de 24 horas contra a eventual privatização do Metrô do Recife e em defesa de acordo trabalhista firmado entre a CBTU e o Sindicato no ano passado, e que não estaria sendo cumprido.
Segundo o sindicalista, os salários dos metroviários estão com defasagem de 20 por cento e eles temem perder seus empregos com a privatização do metrô. A CBTU limitou-se a lamentar a paralisação e convocou uma reunião com a categoria para amanhã. “A gente tem compromisso com o metrô e quer um melhor serviço para a população, pois o metrô já chegou a transportar 450 mil pessoas por dia, mas esse número caiu muito devido ao sucateamento do sistema”, diz o sindicalista. O final da paralisação dos metroviários está previsto para as 22h dessa quinta-feira.
O Metrô do Recife já foi considerado um dos melhores do país.Mas hoje, ao contrário do de outras capitais – como Salvador, por exemplo – funciona precariamente, e raro é o dia que não acontecem imprevistos como viagens canceladas, por problemas de vagões quebrados, lixo nas linhas férreas e até mesmo panes em seu sistema elétrico. Os passageiros se queixam de superlotação, da falta de ar condicionado e de trens sucateados. No Recife, são três linhas: a Centro, a Sul e a Diesel (operada por VLT). O Grande Recife Consórcio de Transportes – que controla o transporte público da Região Metropolitana – informou que disponibilizou três linhas extras para auxiliar os passageiros, porém o efeito não foi suficiente. Os terminais integrados estavam superlotados pela manhã, porque além do metroviários, motoristas da Empresa Metropolitana decidiram deixar ônibus nas garagens, prejudicando usuários de 52 linhas. O Sindicato de Empresas de Transportes de Passageiros acusou o Sindicato dos Rodoviários de articulação com o Sindicato dos Metroviários, para “impedir legalmente” a saída da frota da empresa.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife e Vídeo do leitor
Fotos: Genival Pparazzi / G.F.V Paparazzi / ZAP (81)995218132)/ gfvpaparazzi@gmail.com
