Mais uma vítima da motosserra insana que assola nossa cidade. A mais nova baixa, nessa triste e interminável estatística é uma árvore que ficava em frente ao Serpro, na Avenida Parnamirim, no Parnamirim, Zona Norte do Recife. Primeiro, tolheram seus galhos, deixando apenas um pedaço do tronco. Ela tentou sobreviver, conforme registrei nas redes sociais, nessa minha cruzada contra o que já decidi chamar de “genocídio oficial”. Agora, vou repetir, mais uma vez, o apelo que tenho visto nos muros da cidade. “Parem de derrubar árvores”.
Será que não tem um jeito melhor de cuidar da natureza? Será que elas não estão sendo erradicadas porque faltou cuidado na hora que precisavam? Segundo a Empresa de Limpeza Urbana e Manutenção (Emlurb), as árvores são derrubadas quando atrapalham a fiação ou representam risco para a população. Mas será que 5 mil árvores do Recife representavam risco para a população? Pois esse é o número aproximado de árvores “erradicadas”. Desconfio até que ele está subestimado.
E agora, a gente enfrenta outro tipo de risco. De risco não, de certeza: aumento do calor no Recife. A mais recente vítima da motosserra fez tudo para sobreviver. Tão logo lhe mutilaram os “braços”, ela deixou brotar novos galhinhos. Mas depois, os maus tratos terminaram impedindo que eles voltassem a crescer. Foram murchando, murchando. Todos os dias, em minha caminhada eu a observava. Pois hoje, para minha tristeza, a máquina passou lá. E tirou tudo. Só deixou no canteiro o pó de serra. E cadê as outras duas que a Prefeitura diz plantar a cada árvore eliminada?
Sinceramente, que vergonha. Na terça-feira, denunciei no Facebook mais uma árvore “assassinada”. Foi na Rua Ribeiro de Brito, em Boa Viagem, segundo conta Pedro Santos, que mora no prédio na calçada do qual a “vítima” sobrevivia. Ela foi torada, e depois totalmente eliminada, para não ficar rastro. Como disse aqui, o Blog #OxeRecife está computando esses “assassinatos”. No final do ano, vai dar o balanço com local e data de cada registro. Peço que todos denunciem esse “genocídio” nas redes sociais. Só assim, as autoridades vão se mancar, sobre os efeitos desse absurdo. Vocês também podem enviar para o Blog os seus registros, com nome da rua onde “a vítima” tombou. #OxeRecife.
Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife
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