Olhem só para essas figuras da foto acima. Qualquer pernambucano diria logo: são os papangus do município de Bezerros, no Agreste do Estado. E são mesmo, embora esses estejam mais estilizados, já que os originais usavam roupas velhas ou de chita. No domingo de carnaval, os papangus tradicionalmente invadem a parte urbana do município, localizado a 104 quilômetros do Recife, atraindo milhares de visitantes e até autoridades, como o Governador Paulo Câmara, que hoje marcou presença lá.
Bem diferente do cortejo inicial, atualmente grupos de papangus contam com orquestras de frevo, concurso de fantasias e, em muitos casos, as antigas máscaras de papel machê são substituídas por outras, industrializadas, o que é um apena. As máscaras artesanais, no entanto, continuam sendo uma espécie de marca registrada da cidade, e são vendidas para o carnaval e como souvenirs.
Apesar do uso de máscaras industriais, a tradição do papangu perdura. Contam que o folguedo surgiu entre trabalhadores rurais, que não tinham acesso aos salões das casas grandes das fazendas locais. Quando chegava o carnaval, eles se organizavam em grupos. E saíam mascarados às ruas, sendo recebidos nos casarões das fazendas e da cidade. Como eram muitos, as famílias preparavam panelões de angu para recebê-los. Viraram papangus. Há mascarados, nessa postagem, que lembram os papangus. Mas que não são de Bezerros, e sim da Bahia.
Na Bahia, há mascarados que lembram os nossos papangus. Eles saíram às ruas durante o Fuzuê, evento que está para Salvador como o Bora Pernambucar para o Recife, e que movimenta a semana pré-carnavalesca. Ambos levam para as duas capitais agremiações do interior, que não têm tanta visibilidade como os trios elétricos (em Salvador) ou clubes de frevo maiores (do Recife e Olinda). As fotos da Bahia me foram enviadas por amigo residente em Salvador.
Veja a galeria de fotos:
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: fernando Batista, Bahia (Cortesia) e Heudes Régis (Divulgação, SEI, Pernambuco)