O arejado Programa Mais Vida nos Morros se amplia

Um dos projetos mais criativos da gestão anterior – leia-se Túlio Ponzi  (Secretário Executivo de Inovação Urbana) – o Programa Mais Vida nos Morros acaba de ser ampliado. Pela  primeira vez, beneficia um conjunto habitacional, o Residencial Mariazinha, que fica no Ibura, bairro popular da Zona Sul. Premiado internacionalmente, o Mais Vida nos Morros tem por objetivo promover o combate à desigualdade a partir do estímulo ao desenvolvimento sustentável, ao protagonismo comunitário e à transformação de espaços urbanos. Nesta semana, o Prefeito João Campos (PSB) inaugurou a nova cara do habitacional.  No Programa, o foco da sustentabilidade é muito interessante, pois inclui implantação de mobiliário urbano produzido a partir de plástico reciclado, material que virou um dos principais problemas ambientais do século 21.

A intervenção promoveu revitalização completa da praça, parque infantil e da quadra esportiva, pintura dos 54 blocos residenciais e criação de painéis artísticos, além da implantação de um caminho lúdico que contou com grande protagonismo das crianças. A partir de uma caminhada pelo local, os pequenos ajudaram na criação da “Rota da Primeira Infância”, que promove a interação da criançada com o lugar onde mora, percorre três ruas, comunica-se com três espaços públicos diferentes e conta com três temas: Sonhos, Educação e Esportes. A Rota também foi o espaço escolhido para abrigar uma atração cada dia mais rara nas ruas e calçadas do Recife: uma amarelinha com 154 quadrados, totalizando 115 metros. “É uma representação física dos caminhos que naturalmente as crianças já utilizam como palco para suas brincadeiras e para a imaginação. Nunca foi nosso objetivo impor esse trajeto, mas sim construir junto com elas”, explica a arquiteta e urbanista Laís Morais.

Laís é chefe da divisão de Urbanismo Social e Primeira Infância da Secretaria.  Além das novas cores, a praça, parque infantil e a quadra esportiva passaram por serviços que incluíram recuperação dos brinquedos do parque, calçamento de ruas, recuperação de linhas d’água e instalação de novas tampas de drenagem. A quadra do Habitacional também ganhou uma tabela de basquete e mais área de arquibancada.

Parte dos serviços de infraestrutura e jardinagem foram realizados em parceria com a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb). Para humanizar o ambiente foram criados 108 novos jardins, que ganharam espadas de São Jorge, Pameira Manila, Arca de Noé, Panamá Vermelho e árvores como o ipê. Sugestão do #OxeRecife: Com tantos jardins, bem que eles poderiam ter sido transformados em hortas urbanas.  Além de mudar a face de comunidades carentes, o Mais Vida nos Morros tem trabalhado o lado ambiental, com a utilização de plástico descartado para reciclagem e produção de novos materiais, como corrimão para escadaria, como o da foto abaixo, já implantado em outros bairros.

Economia de recursos públicos e sustentabilidade: corrimão de escadaria feito com plástico que iria poluir ruas e rios.

No caso do Ibura, houve  mobilização dos moradores para coleta de resíduos plásticos que iriam para o lixo. Parte do material recolhido foi para a Cooperativa Ecovida Palha de Arroz, enquanto os do tipo 2 e 5 foram cem por cento reciclados. Entre outros equipamentos, eles foram transformados em assentos para gangorra, 120 lixeiras e painéis sensoriais para a Rota da Primeira Infância. O que não deixa de ser uma boa ideia. Em algumas comunidades onde o Mais Vida nos Morros está mais avançado, já  há mães e pais de família produzindo utensílios domésticos a partir do plástico, como alternativa para geração de renda. Já estive em alguns morros do Recife, e antes mesmo de saber que aquilo era um programa oficial, a paisagem nova e colorida já me chamava a atenção. Nos links abaixo você pode conferir mais informações sobre a iniciativa.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Marcos Pastich/ Andréa Rego Barros / Divulgação PCR / Acervo #OxeRecife

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