Nesse feriado que reverencia a memória de Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes (1746-1792), não custa nada lembrar que o Recife tem uma praça em homenagem ao dentista, tropeiro, minerador, comerciante, militar. E, principalmente, ativista político, aliás o único envolvido na Inconfidência Mineira, a ser condenado à morte. O movimento que o levou à forca, pretendia encerrar a dominação de Portugal sobre o Brasil, instalando uma República no País.
A Praça Tiradentes fica entre o Cais do Apolo e a Rua do Brum, e embora não seja tão histórica como a Maciel Pinheiro e a Dezessete – ambas também no Centro – é uma das mais graciosas da cidade. Durante a gestão passada, ficou um bom tempo cercada de tapumes, sendo entregue à população em 2016, dois anos após o previsto na reforma. Ela se situa em local bem estratégico: próximo à sede da Prefeitura, ao Tribunal Regional Federal da Quinta Região, do Teatro Hermilo Borba Filho. E, principalmente, ao lado do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, o famoso CESAR. No último final de semana, passei em frente à Tiradentes com o Grupo Caminhadas Domingueiras, que teve como tema, a Revolução Pernambucana de 1817, que é tão marcante para o nosso estado quanto foi a sublevação de Minas Gerais.
O que é bom é que a Tiradentes está bem ajeitadinha. Não cheguei a observar, no entanto, se ela é adotada. Sua área de lazer tem 5 mil metros quadrados, pérgolas com vigas e pilares de concreto, ganhou acessibilidade, brinquedos infantis, bicicletário, nova vegetação, incluindo um segundo baobá. Porém não tem estátua do seu “patrono”. No entanto, há uma referência a tão importante personagem , em placa da ação “História nas Paredes”, do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco. A placa sinaliza data de nascimento, de morte e quem foi Tiradentes.
A Praça tem escultura curiosa: uma vaquinha da Cow Parade (lembra dessa exposição ao ar livre que encheu a cidade de ruminantes idealizadas por artistas?). Possui, ainda, um Memorial Judaico, lá implantado já na gestão do Prefeito João Campos (PSB). O Memorial foi idealizado por membros da “Glória em vez de Cinzas”, instituição internacional que busca resgatar e formar conhecimento sobre a história tão conturbada de Israel e seu povo.
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife e redes sociais