Apesar do clima de carnaval já estar nas ruas, nada como uma paradinha estratégica, para mergulhar na nossa cultura e na nossa história. Fiquem atentos, pois a partir do dia 03 de fevereiro, o Instituto Ricardo Brennand apresenta mais uma exposição anual, E imperdível: “Debret e a Missão Artística Francesa no Brasil – 200 Anos”. A mostra,que já passou pelo Rio de Janeiro e por Paris, marca dois séculos da chegada de Jean-Baptiste Debret ao Brasil. O artista foi convidado por Dom João VI para retratar as cenas monárquicas e estruturar a Escola de Belas Artes, mas terminou se dedicando também a reproduzir o dia a dia da população da cidade, sede do então Reino Unido de Portugal, Brasil e Argave. E deixou um uma obra imensa.
No Recife, a exposição terá um recorte especial, com 79 aquarelas e um exemplar do livro Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, pertencentes aos Museus Castro Maya. E também uma pintura a óleo – Mercado de Escravos de Valongo (Rio de Janeiro) – este do acervo do colecionador pernambucano Ricardo Brennand. O quadro é considerado incomum, na herança deixada por Debret, pois a maior parte de sua obra pintada a óleo era para retratar os soberanos ou cenas outras da Corte, segundo revela Jacques Leenhardt, filosófo, sociólogo francês e curador da exposição. A mostra é um mergulho na história, com “viagem”, com “visitas” a várias camadas da população brasileira daquela época: índios, escravos africanos, caboclos, mestiços, europeus, fossem ricos ou pobres.
Seguindo a ordem da Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, as obras selecionadas para a mostra foram divididas por temas, que serão alocadas na Sala da Rainha, na Pinacoteca do IRB. Entre as seções estão: “Os dois ateliês: Ateliê da Corte, Ateliê da Rua”, “A Casta selvagem” e “A vida dos negros no mundo da escravidão”. “Debret sempre enfatiza a importância das culturas próprias dos índios e africanos, mesmo quando destroçadas. Ele mostra como a escravidão marca todas as instâncias da vida no Rio de Janeiro (a violência escravocrata) e registra a riqueza cultural daqueles que foram os vencidos da situação colonial”, diz o curador.
Debret nasceu em Paris, em 1768. Em 1816, veio para o Brasil, com um grupo de artistas franceses, para fundar uma Academia de Belas Artes, no Rio de Janeiro, que só seria inaugurada em 1827. Ele é o artista da Missão francesa, mais conhecido pelos brasileiros. Seus trabalhos podem ser vistos não só em museus e livros de história, mas também nos livros didáticos. Em 1816, começou a trabalhar para a Corte. No livro livro Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil (1834-1839), ele documentou, em comentários detalhados, aspectos das diferentes populações que constituíam a sociedade brasileira no início do século XIX, além de uma história da transformação da colônia portuguesa no império brasileiro.
Serviço: Exposição Debret e a Missão Artística Francesa no Brasil – 200 Anos
Onde: Instituto Ricardo Brennand
Endereço – Rua Mário Campelo, 700 – Alameda Antônio Brennand – Várzea
Abertura da exposição (para convidados) – 02 de fevereiro, das 19h30 às 21h horas
Período de exposição (aberta ao público) – 03 de fevereiro a 02 de abril de 2017
Horário – Terça a domingo, de 13h às 17h
Ingresso do Museu: R$ 25,00 (inteira) e R$ 12,00 (meia- Pessoas com deficiência, estudantes, professores e idosos acima de 60 anos mediante documentação comprobatória).
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: IRB / Divulgação
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