Meio Ambiente: Prefeitura e Governo estadual em defesa do mangue

Importantíssimo para a vida marinha – é utilizados como maternidade e berçário por peixes, crustáceos e moluscos que depois seguem para o oceano – o manguezal  também desempenha dois outros importantes papéis na natureza: serve como barreira natural para a costa, protegendo cidades litorâneas do aumento do nível do mar. E como toda cobertura vegetal, também faz absorção de gás carbônico. No entanto, a julgar pela lixeira em que se transformou o ecossistema no Recife, dá para perceber que boa parte da população desconhece a sua importância.

Não é por outro motivo que o manguezal esteve também no centro da programação da Semana do Meio Ambiente, com eventos realizados tanto pelo Governo de Pernambuco (limpeza, com coleta de resíduos) quanto pela Prefeitura do Recife (plantio de mudas e revitalização ). A primeira ação ocorreu na quarta-feira (5/6), no manguezal que fica próximo ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual. A segunda ação é patrocinada pela Prefeitura do Recife, que lançou na quinta (6/6) do Projeto Viva o Mangue, que prevê o plantio de 150 mil mudas no ecossistema.

Nos arredores do Palácio do Campo das Princesas foram recolhidos 115 quilos de resíduos no mangue

O plantio já teve início na localidade do Coque, na Ilha Joana Bezerra, próximo ao Centro do Recife. O objetivo é recuperar áreas degradadas, sobretudo onde foram desativados viveiros clandestinos de camarão. Na ação, duas mil mudas foram plantadas, em área de três hectares. A iniciativa conta com ajuda de comunidades locais, e as espécies utilizadas são o mangue branco (Laguncularia racemosa), mangue vermelho (Rhizophora mangle) e o  mangue preto (Avicennia schaueriana).

“O plantio é importante porque sem o mangue a gente não vive,  porque os peixes vão desovar dentro dos mangues e isso traz alimento para nós pescadores e marisqueiras”, destaca Simone Micheline da Silva, que vive da pesca há 20 anos. Já a ação de limpeza promovida pelo Estado contou com alunos de extensão do Prosa (Programa de Sensibilização Ambiental da UPE) e resultou na coleta de 115 quilos de resíduos, entre peças de roupas, frascos de vidro, embalagens PET, baldes, brinquedos e até lixo hospitalar. Ou seja, joga-se tudo nos rios.

Comunidades locais estão engajadas com o plantio de mudas de espécies de mangue no Recife

A gerente técnica de Educação Ambiental da Semas-PE, Lays Lima, disse que “a grande quantidade de resíduos descartados nos mares e rios, devido às correntes desses corpos hídricos, acabam chegando ao mangue, impossibilitando o ecossistema de conseguir cumprir suas funções, o que prejudica toda a fauna e flora integradas”. Ou seja, limpar uma parte do manguezal é bom, mas não é tudo. E plantar só, também não. Portanto, educar a população é preciso, para que os mangues de rios como o Capibaribe não permaneçam sendo tratados como um lixão. E que também  órgãos públicos e autoridades implantem obras de saneamento para evitar que os rios e manguezais permaneçam sendo vistos como esgotos a céu aberto.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Hélia Scheppa (PCR) e Semas PE (Secom PE)

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