Como vocês sabem, o #OxeRecife tem duas campanhas permanentes em defesa do verde da capital pernambucana: #paremdederrubarárvores e #recifemergênciaclimática. Claro, que a gente faz muitas críticas contra os atentados ao verde da cidade. Mas também tem a obrigação de reconhecer boas ações dignas de registro. Nesta semana, a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SMAS) e a Secretaria Executiva de Controle Urbano (Secon), desativaram três viveiros clandestinos de camarão, nas proximidades do Parque dos Manguezais, na Zona Sul do Recife.
Viveiro de camarão clandestino não é novidade no Recife nem em nenhuma cidade litorânea do Nordeste. E normalmente é construído às custas de destruição do manguezal, que é tão importante para a renovação de espécies de rio e mar pois, como se sabe, aquele ecossistema funciona como berçário da vida marinha. Para recuperar as áreas atingidas pela prática ilegal foram plantadas 1,5 mil mudas no mangue, iniciativa resultante de parceria entre o poder público e a sociedade civil, esta representada pela Associação de Pescadores e Aquicultores das Comunidades Tradicionais do Recife (APA) e do Recapibaribe para a conservação e preservação dessas áreas.
Mas, sinceramente, bem que esse plantio poderia ter sido uma penalidade imposta aos infratores. A ação para desativar os viveiros contou com a participação da Marinha do Brasil, Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Brigada Ambiental e Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb). Foram retirados os taludes e comportas usados para represar a água e formar os lagos dos criatórios, o que vai permitir o restabelecimento do fluxo da maré e, com isso, a recuperação do bioma. A prática da criação irregular do crustáceo fere a legislação ambiental federal e, por obstruir o curso natural das águas, também influencia na drenagem da cidade.
Das quatro espécies que são encontradas no manguezal pernambucano, foram utilizadas no plantio as três: o mangue branco (Laguncularia racemosa), mangue vermelho (Rhizophora mangle) e o mangue preto (avicennia schaueriana). A equipe técnica da SMAS utilizou o método do Plantio Direto – que promove o restabelecimento do ecossistema de forma acelerada e induzida, facilitando a recuperação de suas características naturais. Além disso, a equipe ficará responsável pelo monitoramento do plantio para acompanhar a sua evolução. No último mês de agosto, três outros viveiros haviam sido destruídos nas imediações do Cabanga.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação/ SMAS / PCR