No início do século passado, eles usavam máscaras rústicas e espalhavam temor entre as crianças, pequenas foliãs, do município de Maragogipe, localizado no Recôncavo Baiano. A tradição, desde então, só fez crescer e acredita-se que hoje haja quase três centenas de grupos de mascarados naquela cidade, localizada a 158 quilômetros de Salvador, cujo carnaval secular é considerado patrimônio imaterial da Bahia.
Isso mostra que o carnaval daquele estado não se restringe à limitação dos trios elétricos que dominam a festa, e que monopolizam a cobertura dos grandes meios de comunicação durante os dias do império de Rei Momo. Hoje, um dos grupos mais famosos do município é o Mascarados de Maralegria que, ao invés de máscaras rústicas, reproduzem a beleza dos disfarces utilizados no carnaval de Veneza, embora as fantasias tenham sido adaptadas para o calor nordestino.
Bem mais bonitos do que os mascarados originais dos anos 30 do século passado – que lembravam os papangus do município pernambucano de Bezerros – os Mascarados de Maralegria desfilaram no evento Fuzuê (na semana pré,,em Salvador). Em 2020, foram convocados para fazer aparições no carnaval de Salvador. O grupo cultural surgiu em 2006, já fez várias excursões no Brasil e até no exterior e foi inspirados em velhas histórias de mascarados contadas pela avó dos fundadores.
Veja alguns integrantes, em galeria de fotos enviadas por amigo residente em Salvador:
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Fernando Batista / Cortesia