Lixo e lamaçal nos caminhos do histórico Engenho do Meio, onde morou João Fernandes Vieira

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No último domingo, em mais uma edição das chamadas “Caminhadas Domingueiras”, passamos pelo campus da Universidade Federal de Pernambuco, que tem muito verde, o que torna a visita muito  agradável. A exceção ficou por conta do poluído Riacho do Cavouco e do local histórico, onde há uma estátua de João Fernandes Vieira (1610-1681), por ter sido ali a sede do antigo Engenho do Meio. Vieira, nascido em Portugal, foi um militar que teve atuação de destaque contra a ocupação holandesa em Pernambuco, mas que tornou-se, também, um próspero senhor de engenho.

Da sua antiga residência, erguida no século 17 – e na qual chegaram a ser planejadas algumas ações contra os flamengos e na qual ele também descansava do agito de sua “vida de guerrilheiro” (segundo Mário Sette – só restam ruínas, que inclusive foram alvo de recentes prospecções arqueológicas. Além do Engenho do Meio, ele possuía dois outros: o São João e o Santo Antônio, todos localizados na então Várzea do Capibaribe, de onde surgiriam bairros como a Várzea, Engenho do Meio, Madalena, Benfica. Pois bem, o local histórico está ao abandono.

Residente na Rua João Francisco Lisboa, Maria Betânia da Silva reclama do lixo acumulado no campus da UFPE

Passamos por lá no domingo, quando fazíamos a caminhada com o tema “Riacho do Cavouco, da Nascente à Foz- O atribulado trajeto de um dos poucos cursos d´água sobreviventes na planície do Recife” e a situação é deplorável. Como se não bastasse o lamaçal nos acessos, devido às chuvas de setembro, há no caminho um terrível depósito de lixo, com conteiners cheios de detritos. E também há sujeira espalhada pelo chão, fato incompatível com uma entidade educativa, como é o caso da UFPE, já que o antigo engenho fica no seu próprio campus. Moradores de um vilarejo ali perto dizem que a fedentina é grande e que a sujeira tem provocado proliferação de ratos que inclusive estão inquietando os residentes nas proximidades.

“A situação aqui está ficando cada vez mais precária com aquela sujeira, pois o lixo se acumula desde o mês de agosto”, reclama a dona de casa Maria Betânia da Silva. “O lixo acumulado ali próximo ao CTG (Centro de Tecnologia e Geociências) vem prejudicando a gente, e o pior é que tem até lixo hospitalar”, reclama. Ela disse que depois do acúmulo, a proliferação de ratos  e mosquitos cresceu muito na rua onde reside, a João Francisco Lisboa, uma das que dão acesso ao bairro da Várzea.  O #OxeRecife telefonou para o setor competente da UFPE, mas o sinal disparou e não houve atendimento. Vamos aguardar, então, por uma explicação.

Local histórico, o antigo Engenho do Meio, onde tema estátua de Fernandes Vieira, deveria ter o entorno limpo

Nos links abaixo, você confere mais informações sobre outros passeios do Grupo Caminhadas Domingueiras e também sobre o antigo Engenho do Meio e a antiga Várzea do Capibaribe.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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