Galpão das Artes ganha livro sobre duas décadas de resgate da cultura popular

Há 21 anos lutando pelo resgate social e cultural da população do município de Limoeiro, o Centro de Criação Galpão das Artes tem muita história para contar. Não é à toa, portanto, que ganhe um livro contando os feitos da organização não governamental, cujo trabalho beneficia também  cidades vizinhas, seja com apresentações do seu grupo de teatro, com atividades educacionais ou mesmo assistenciais, como ocorreu no período mais duro da pandemia, quando o Galpão fez campanha para ajudar artistas circenses, que não tinham como sobreviver, já que picadeiro passou muito tempo vazio, por conta das restrições sanitárias e os circos ficaram sem bilheteria.

O livro  Galpão das Artes – De Limoeiro para o Mundo será lançado às 19h30m desse 20 de abril, na sede da própria instituição, que fica na Rua Vigário Joaquim Pinto, 465, no centro de Limoeiro, a 77 quilômetros do Recife. Quem conta a história reunida ao longo de 112 páginas, é a educadora, poeta e escritora Maria José de Barros, sobre a qual já falamos inclusive aqui no #OxeRecife. A  publicação sai pela Editora Libertas, com  prefácio de Fábio André Andrade Silva, arte educador, produtor cultural , idealizador e coordenador do Galpão das Artes, que hoje funciona como ponto de cultura e com trabalho reconhecido com premiações nacionais.

Idealizador do Centro de Criação Galpão das Artes, Fábio André comemora 21 anos da instituição com lançamento de livro sobre sua história.

Como dizem Fábio e Maria José, a finalidade do livro não é só de memória, mas também de registro do trabalho de duas décadas, que contempla ações que vão além da questão das artes cênicas, valorizando-se  a arte educação como  como vertente de aprendizado e de importante formação de plateias não só em Limoeiro como em cidades vizinhas. Conheço de perto as ações do Galpão das Artes – onde já estive várias vezes – e sou fã. É um trabalho muito sério que, com certeza, mudou a vida de jovens e até mesmo de adultos. Sempre tendo como base a valorização da cultura popular e das artes. O lançamento do livro marca, também, a retomada das atividades do Galpão, que estiveram tão atrapalhadas pela pandemia.

Mesmo assim, a entidade não parou, oferecendo atividades on line ou trabalhando em campanhas para ajudar famílias de crianças e jovens lá atendidos, que tiveram a renda prejudicada pelo lockdown.  O Galpão funciona em um prédio histórico que, no século passado, era um centro de armazenamento de algodão, considerado o ouro branco da época, e que trazia fartura ao município. Posteriormente, com a praga do inseto bicudo, os plantios se acabaram, e o casarão ficou sem função, com o imóvel sendo ocupado há 21 anos por outra atividade: a cultural. O Galpão tem auditório,  camarim, biblioteca, palco, jardins, e um equipamento curioso: o Museu Dona Daluz, que vem a ser o “menor museu do mundo”. Ele tem acervo de brinquedos populares, e homenageia Daluz, artesã de Limoeiro, já falecida, analfabeta mas de grande sabedoria. Ela utilizava palha de milho para fazer petecas e bonecas, hoje guardadas no museu. Daluz é mãe de Maria José de Barros, esta autora, também, de comovente livro sobre a mãe, que tinha um sonho frustrado, que era escrever um livro, contando sua própria e rica história: “Se eu soubesse escrever”.

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Serviço
Evento: Lançamento do livro Galpão das Artes – De Limoeiro para o mundo
Quando: Quarta-feira, 20 de abril
Horário: 19h30m
Onde: Sede do Galpão das Artes, Rua Vigário Joaquim Pinto, 465, Limoeiro
Preço do livro: R$ 40
Recomendação:  Uso de máscara e apresentação de cartão de vacinação

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife

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