Uma das instituições não governamentais mais interessantes do interior do Estado, com grandes serviços prestados ao resgate da cultura popular, o Centro de Criação Galpão das Artes também sofreu muito com a pandemia. Cursos, apresentações e até mesmo as visitas de sua trupe, que leva teatro aos sítios da zona rural (no Agreste e Zona da Mata) tiveram que parar. Mas a mobilização foi grande para garantir cestas básicas e alimentos às famílias de crianças atendidas nos cursos do Galpão, como também para ajudar até mesmo artistas circenses, que tiveram que parar por conta do obrigatório isolamento social.
O Galpão, como já noticiei aqui, fica no município de Limoeiro, localizado a 77 quilômetros do Recife. Ali são desenvolvidos vários projetos, inclusive o Arte Educação, que coloca crianças e jovens em contato com atividades lúdicas, através da pintura, do teatro, da confecção de brinquedos populares. Em duas décadas de atuação, mais de mil meninos e meninas já passaram por lá. Na terça (27/7), em meio às comemorações dos 210 anos da emancipação política de Limoeiro, ocorre a primeira visita guiada ao Museu Dona Daluz. Para os que não sabem.Trata-se do menor museu do mundo, que foi inaugurado em abril, mas cujas atividades tiveram de ser suspensas devido à pandemia. Só em Limoeiro, foram 116 óbitos. Com a crise sanitária, o Galpão suspendeu suas criativas apresentações teatrais (foto abaixo).
Quanto ao mini museu, conheci ainda em em instalação. E antes mesmo de ficar pronto, já o achava uma graça. Na sua mostra permanente, constam cerca de 40 diferentes brinquedos, ainda muito comuns no Nordeste, principalmente no interior: bonecas de pano, mané-gostoso, pião, baladeira (ou estilingue), carrinhos artesanais (de madeira, flandre e até mesmo papel machê), louças de barro (usadas em “cozinhados”), peteca, entre outros. Todos eles serão alvo de explicações em visitas mediadas, as primeiras da pequena “instituição” . Elas ocorrem no dia 27 de julho, em diferentes horários: 9h às 11h30m, 14h às 17h, 18h às 21h. A entrada é gratuita, mas haverá ingresso social.
Cada pessoa deve levar um quilo de alimento não perecível. Os mantimentos servirão para famílias do município que estão em dificuldade devido à pandemia. Além de conhecer o acervo de brinquedos tradicionais que celebram a cultura da infância, o visitante poderá apreciar a vida dos mestres limoeirenses da cultural popular no oitão do casarão onde funciona o Galpão das Artes, no número 465, na Rua Vigário Joaquim Pinto, no centro de Limoeiro. Na programação, constam, ainda, contação de história, teatro de lambe-lambe e apresentação do audiovisual, que O Sumiço da Santa, que conta a lenda da origem e formação de Limoeiro. Com a flexibilização das medidas sanitárias, o mini museu vai voltar a receber visitantes, porém previamente agendados. E em grupos. Mais informações com Fábio, no telefone (81) 997396207.
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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife