Já falei aqui diversas vezes do Centro de Criação Galpão das Artes, uma grata surpresa que o interior de Pernambuco nos reserva. Mais precisamente o município de Limoeiro, a 87 quilômetros do Recife. Idealizado e comandado por Fábio André de Andrade Silva, o Galpão presta um grande serviço não só à cultura popular, como à população da cidade, principalmente a crianças e jovens, que encontram ali um porto seguro para desenvolver suas habilidades e para mergulhar em atividades lúdicas que só enriquecem os conhecimentos da meninada.
O Galpão das Artes está para Limoeiro como o Museu do Mamulengo está para Glória do Goitá, que fica a 24 quilômetros de Limoeiro. Ambos são instituições que lutam pela manutenção e preservação da cultura popular. Agora, as duas casas acabam de fechar uma parceria. Pois o Galpão das Artes está implantando o terreiro do mamulengo, área que será destinada para apresentações dessa manifestação, carinhosamente chamada pelos mamulengueiros de “brinquedo”. E a novidade foi anunciada com uma apresentação do Teatro de Mamulengo Arte da Alegria, comandado pelo Mestre Bel. Foi a primeira vez que um grupo de Glória do Goitá se apresentou fora do município desde o início da pandemia. Diversão pura. E hilária, claro.
Na última sexta-feira, estive no Galpão com minha filha Juliana Lins, que além de comerciante é produtora cultural. Como ia receber lá uma homenagem, chamei-a para me acompanhar, pois achava que a viagem poderia ser produtiva para ela, já que a sua loja, a Vila 7, sempre faz eventos voltados para a criançada. Pois ela saiu de lá encantada. “Juliana, vamos comigo a Limoeiro? As crianças de hoje vivem mergulhadas em cibernética e terminam por desconhecer os brinquedos de raiz”, argumentei, pensando nos netos e na clientela da Vila 7. Lá no Galpão tem até um mini-museu, o Dona Da Luz, com acervo de brinquedos populares. E que vem a ser o menor museu do mundo. Quem sabe um dia figura no Livro Guinness dos Recordes?
Mesmo pequenino, ele tem de tudo um pouco, até peteca rústica, feita com palha de milho. E outras coisitas mais. Na sexta, tive a honra de ser homenageada pelo Galpão das Artes. Recebi o título de “Honra ao Mérito”, pelo apoio à instituição. O “apoio” é a divulgação que faço do trabalho do grupo aqui no #OxeRecife, o que não deixa de ser minha obrigação. Como não fazer? Se eu faço é porque o trabalho ali executado merece divulgação não só no Blog, como nas emissoras de Tv, de rádio, nos jornais do Recife, de Pernambuco, “do mundo”, como fez questão de exaltar Dolores Carmem Prates Burrégio de Lima, Secretária de Cultura, Turismo, Lazer e Juventude de Limoeiro.
“O Galpão é um lugar de sonho, de luta. Aqui, a cultura não só sobrevive, ela resiste. A cortina não será fechada, o palco não ficará vazio, porque a gente tem orgulho do que aqui se faz”. Foram homenageados também: Paulo de Castro (produtor de teatro), Camila Gomes (Compesa, pelo trabalho social em apoio ao Galpão durante a pandemia), Aline Souza (repórter da TV Jornal do Commercio no Interior), Luciana de Paula (Diretora do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação em Limoeiro), Emanoel Sacramento (escultor, Associaçãode Artesãos do Vale do Capibaribe), George Pestana (Palhaço Xililique e produtor de teatro), Salomé Barros (filha de Dona da Luz e artesã), Museu do Mamulengo de Glória de Goitá (a instituição) e Pablo Dantas (Coordenador do Museu do Mamulengo de Glória do Goitá). Para o #OxeRecife foi uma honra imensa a homenagem. Antes, o Blog já fora contemplado com o Prêmio Vasconcelos Sobrinho, conferido pela Cprh, pela defesa do meio ambiente e da natureza. Agora, o #OxeRecife é reconhecido pelo trabalho em defesa da cultura popular. Então, valeu!
Veja um pequeno pedaço da apresentação do grupo de teatro de mamulengo, comandado pelo Mestre Bel:
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos e vídeo: Letícia Lins, Juliana Lins, Fábio André
