Confinamento para os homens, liberdade para os animais que viviam em cativeiro

Enquanto os homens encontram-se confinados devido à pandemia do coronavírus – vejam só que coisa boa – 406 animais silvestres acabam de ganhar a liberdade e de vivenciar o feliz retorno à natureza. Um dia, a gente também chega lá, saindo de nossas “gaiolas”… Em duas operações em abril, a Agência Estadual do Meio Ambiente (Cprh) reintroduziu pássaros, mamíferos e quelônios à natureza.

Os animais estavam abrigados no Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas Tangara), que pertence à Cprh, hoje o órgão responsável pelo acolhimento, monitoramento, tratamento e reintrodução de animais  ao ambiente natural. Eles viviam em situação de risco,  cativeiro doméstico  ou foram vítimas do tráfico. As liberações foram em Salgueiro (no Sertão Central, a 518 quilômetros do Recife) e em Aldeia (na Região Metropolitana, e onde ainda restam resquícios de Mata Atlântica). Antes de liberados, os animais passaram por avaliação clínica, tratamento e até mesmo readaptação para o retorno à vida selvagem, segundo informa o gestor do Cetas, Yuri Valença.

Entre os animais liberados, encontram-se várias espécies de pássaros: tizius, galos de campina, sabiás, bem-te-vi, manés-magos, azulões, estevãos (também chamados de trinca-ferros), canários, sibitos,  papa-capins, patativas, cravinas, tico-ticos, sanhaçus, entre outros. As aves são os animais mais cobiçados pelos traficantes de animais silvestres. E geralmente ocupam o maior percentual entre os acolhidos pela Cprh.  Em Aldeia, a soltura foi realizada em parceria com o Exército (fotos acima) e ocorreu no Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti.

Também foram liberados mamíferos  (como timbus, cutias, gato mourisco) e quelônios (45 jabutis). Entre os beneficiados com a vida livre, havia aqueles que foram provenientes de entregas voluntárias assim como os que foram apreendidos em operações contra o tráfico. Nesses tempos de confinamento social, a Cprh não está recebendo animais silvestres em sua sede, no Poço da Panela.

As entregas só podem ser feitas no próprio Cetas Tangara, no bairro da Guabiraba,  ou marcando-se agendamento pelo telefone 3182-9022.  Devido à reclusão social imposta pela pandemia, a prioridade é para o recebimento de animais em risco de extinção,  doentes ou machucados, e ainda filhotes órfãos. Na semana passada, por exemplo, uma fêmea de gambá (timbu) foi encontrada morta, mas seus bebês foram entregues ao Cetas e passam bem.Veja vídeo da soltura:

Leia também:
Timbu: Amor em tempos de coronavírus
Pandemia mexe até com os bichinhos
Mais de 9 mil animais voltam à natureza em Pernambuco
Compensação ambiental garante abrigo de animais silvestres
Cprh recebeu 12.696 animais em 2019
Cprh se muda para empresarial
Com especialização em Direito Ambiental, Djalma Paes assume Cprh
#OxeRecife é destaque de imprensa no Prêmio Vasconcelos Sobrinho
Os agraciados com o Prêmio Vasconcelos Sobrinho
Mais de 9 mil animais acolhidos em 2017
Cprh resgatou 13.406 animais em 2018
PE: Mil animais repatriados em 2019
Não deixe a Mata Atlântica acabar
Pulmão protegido no Grande Recife
Aves brasileiras são alvo de tráfico
Cadê a punição dos “tubarões” que também devastam a mata do Frio?
Plásticos viram vilões de tartarugas
Praia dos Carneiros ganha aliados contra turismo predatório
Prótese em 3D salva jabuti
Salvo papagaio acuado por cachorros
“Dê cá o pé, meu louro”
Papagaio cativo: multa chega a R$ 5 mil
PM evita venda de papagaio bebê
Policial militar devolve papagaio
Aves brasileiras são alvo de tráfico
Papagaio passa 25 anos na gaiola
Temendo gavião, aposentada entrega papagaio de estimação
352 papagaios voltam à vida selvagem
Projeto Papagaio da Caatinga ganha reconhecimento internacional
Arara tem estresse em cativeiro

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto e vídeo: Cprh / Divulgação 

Continue lendo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.