Como colaborar para reduzir a fome entre as comunidades amazônicas afetadas pela seca

Eventos extremos como o vivenciado pela inédita estiagem da Amazônia – também consequências das mudanças climáticas – impõem uma série de dificuldades a comunidades ribeirinhas e isoladas, que dependem unicamente dos rios para locomoção e sobrevivência. Para quem está habituado à fartura das águas e da pesca, os rios secos representam completa fome e desolação. O problema registrado nos rios Solimões, Negro e Amazonas, se estende, também, à Ilha do Marajó, no Pará. E, também, em outras regiões. Há lagos secando, animais morrendo (até botos) e quase 600 mil pessoas prejudicadas. Pescadores têm feito registros assustadores de peixes mortos nos rios e lagos, muita insegurança alimentar, dificuldade de transporte, saúde prejudicada, são ecossistemas inteiros em colapso.

“Não temos acesso a água, as queimadas são constantes, a situação da produção  e do escoamento está muito complicada. Está muito atrasado com as medidas a serem tomadas, o que precisa fazer agora urgente, seria que os governantes das entidades da prefeitura, ajudassem com alimentação e água potável”, complementa o pescador Erivan Alves de Almeida.   Cresci e envelheci vendo campanhas para flagelados das secas no Nordeste. Ao longo de minha vida, não lembro de ter visto seca na Amazonia, onde ficam a maior floresta tropical e o maior rio do mundo. Vamos ajudar? A ajuda pode ser enviada de qualquer parte do Brasil. É que  foi lançada a campanha “SOS Amazônia: Defenda a Vida, Apoie Agora”, para minorar o sofrimento daquelas comunidades que, sem condições de navegar, estão cada vez mais isoladas, sem condições até de sair em busca de alimentos e água potável.

A iniciativa da campanha é Rede Eclesial Pan-Amazônica Brasil (REPAM-Brasil), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), junto à Cáritas Brasileira. A campanha de doação arrecada recursos que as três organizações estão mobilizando, distribuindo para as comunidades que estão sendo mais afetadas, para o apoio às famílias prejudicadas pela seca.  Segundo as entidades,   até o momento há 60 regiões em estado de emergência e duas em estado de alerta, são 150 mil famílias afetadas contabilizando 598 mil pessoas.

“Essa seca é uma das maiores secas que a população ribeirinha aqui no Amazonas está passando e especialmente na região de Tefé. Os barcos não podem navegar, há muitas famílias isoladas, as crianças não podem ir à escola, nós estamos passando por uma situação que precisaria que o Brasil inteiro olhasse para o povo que vive da pesca, vive do rio, o Rio é a rua dessas comunidades. Necessitamos juntos ter mais solidariedade e comunhão em defesa da vida dos povos e também da vida de nossos rios”, destaca José Altevir, bispo da Prelazia de Tefé, membro da REPAM-Brasil.   

A seca de 2023, que está longe de ter chegado ao seu fim, vem provocando estragos dramáticos. Até os  botos estão morrendo, como acontece no Lago de Tefé onde a temperatura da água chegou a 39 °C, ou dois graus acima da temperatura do corpo humano.  Morreram muitos peixes devido ao aumento da temperatura da água.  Por conta do  isolamento de comunidades, houve impactos dramáticos nas populações, impossibilidade de transporte fluvial em muitos locais, e a perda dos meios de sustentação por pesca, agricultura, etc.

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Serviço:
Campanha “SOS Amazônia: Defenda a Vida, Apoie Agora
Objetivo: Ajudar comunidades amazônicas afetadas pela seca
Ação  da Rede Eclesial Pan-Amazônica Brasil (REPAM-Brasil), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), junto à Cáritas Brasileira

Como doar:
Banco do Brasil 
Agência – 0452-9
Conta Corrente: n° 52.755-6

Pix: 33.654.419.0001-16 (CNPJ)  

Caixa Econômica Federal
Agência – 1041
Operação – 003
Conta Corrente: 3573-5  

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Alex Pazuello / Divulgação / SECOM

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