Com câncer, rara píton albina recebe cuidados paliativos no Parque Estadual de Dois Irmãos

Já foi o leão Léo, depois o urso Zé Colmeia. Ambos tiveram doenças sérias e terminaram morrendo, apesar dos cuidados de veterinários, biólogos, técnicos que acompanharam os dois simpáticos pacientes, que eram queridinhos da meninada. Agora é outro animal que é uma das atrações do zoológico que funciona no interior do Parque Estadual de Dois Irmãos, que está com a vida em risco. É que Galego, uma píton (considerada rara por ser albina) sofre de câncer. Espécie originária do continente asiático, a píton-de-burma  (Python molurus bivitattus) foi diagnosticada com a doença, após uma série de exames que identificaram um aumento de volume anormal na região submandibular. Passou por cirurgia, recuperou-se, mas a doença, infelizmente, voltou a se manifestar.

O diagnóstico de fibrosarcoma foi confirmado pelo Laboratório de Diagnóstico Animal da Universidade Federal Rural de Pernambuco (LDA-UFRPE) por meio de análises histopatológicas,  ainda em 2019, quando a serpente passou por vários tratamentos inclusive cirurgia. O animal de aproximadamente 30 anos, está no PEDI desde 2007 , e é alvo de cuidados paliativos, como o dispensado a humanos em hospitais. Tudo para garantir qualidade de vida em seus últimos dias.  O fibrosarcoma é um tipo de câncer maligno que é caracterizado por sua capacidade de se espalhar facilmente e invadir tecidos próximos. Geralmente, ele se manifesta como um único tumor, que não causa dor, e é encontrado principalmente na pele, no tecido abaixo da pele e na cavidade oral. Os fibrosarcomas são uma das formas mais comuns de câncer encontrados nas serpentes.

“Eles costumam se formar como resultado de lesões, através do processo de reparação do tecido, desencadeando o crescimento anormal das células. E também por meio de uma predisposição genética para o desenvolvimento desse tipo de câncer”, informa a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade. A Semas-PE é quem responde pelo Pedi.   Após descoberta a anomalia, em novembro de 2019, constatou-se a necessidade de remover a massa, procedimento realizado com sucesso. O animal se recuperou satisfatoriamente e teve alta em fevereiro de 2020, retornando ao recinto de exposição e sendo acompanhado de perto pela equipe técnica.

Porém, em maio de 2020, um laudo histopatológico confirmou que se tratava de um fibrosarcoma.  Após o diagnóstico do tumor, novas medidas clínicas e nutricionais foram tomadas. Houve um período de estabilização de um ano após a primeira cirurgia. Mas, no ano seguinte, foi observado um novo aumento de volume na região submandibular, e um novo protocolo de avaliação e manejo foi iniciado, levando o animal a passar por outra cirurgia de remoção de tumor recorrente, junto com parte da mandíbula afetada, em setembro de 2021.   No entanto, em agosto de 2022, observou-se novamente que o tumor havia retornado. Porém, devido às cirurgias anteriores, não foi possível realizar um novo procedimento. A partir desse daí, Galego passou a receber cuidados paliativos para aliviar os sintomas e garantir sua qualidade de vida.  Atualmente, o animal está sendo acompanhado diariamente por uma equipe multidisciplinar e recebe cuidados paliativos para garantir sua qualidade de vida. Ele continua sendo monitorado e irá receber cuidados até o fim de sua vida.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Tarciso Augusto/GCom Semas-PE

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