Coletivo circense “A Penca” faz bonito espetáculo sobre o arboricídio, mas Apolo precisa de reparos

Mais antigo teatro em funcionamento no Recife – foi fundado em 1824 – o Teatro Apolo precisa, urgentemente, de reparos. Na penúltima vez em que lá estive, com uma amiga, para assistir a encenação de “Quaresma”, em 31  de agosto passado, o espetáculo simplesmente não aconteceu. Ou seja, arrastei a mala. Vimos o ator e sua equipe conversando na calçada, porém em meio a um clima de desolação. Afinal, não deve ser nada agradável para um grupo  de teatro ver seu público sair frustrado  sem assistir à encenação prometida e programada. A justificativa era que uma máquina (não perguntei qual) havia se quebrado e que não tinha quem fizesse a manutenção.

No último sábado, lá voltei para assistir a um bonito espetáculo, dentro do Festival de Circo do Brasil, do Coletivo Circense A Penca, que alternou técnicas de trapézio, equilibrismo, malabarismos e outras, utilizando restos de troncos e galhos de vítimas de arboricídios provocados  pela motosserra insana em São Paulo, onde o grupo tem a sua sede. É naquela metrópole que as integrantes do Coletivo recolhem restos de árvores mortas que terminam como protagonistas do emocionante espetáculo “Morrer com, Viver com” . Os retos mortais dos “cadáveres” recolhidos nas ruas de SP estão presentes em todas as coreografias executadas e também são citados em textos lidos pelo grupo, cuja mensagem é a mesma que o #OxeRecife sempre insiste: “paremdederubarárvores”.

Teatro Apolo tem recebido bonitos espetáculos, porém as instalações deixam a desejar. Cadê a manutenção?

Ao final da apresentação, a idealizadora do Coletivo, Andrea Barbur, conversou com o público e confessou a emoção “por nunca ter ocupado antes o palco de teatro de cerca de 200 anos”. Parece, no entanto, que nossas autoridades não têm percebido a importância de casa tão tradicional, a mais antiga ainda em funcionamento no Recife. É que o Apolo precisa de manutenção: pintura, limpeza, novos carpetes, até a fachada está suja e casquenta. Essa porta (na foto abaixo) é aquela que separa o hall da plateia. Vejam só a sujeira. Será que isso não se limpa? Ou é pintura que é necessária? Caso as manutenções não sejam realizadas, o Apolo corre o risco de repetir os dramas do centenário Teatro do Parque e do icônico Cinema São Luiz. O primeiro pertence à Prefeitura, e passou uma  década fechado para “reforma”. Pelo menos, ao ser reaberto, havia recuperado o antigo esplendor. Já o Cine São Luiz pertence ao governo estadual, esteve perto de virar uma igreja evangélica, foi tombado em 2008 mas… está sem funcionar, porque precisa de  reparos. Até quando?

Até as portas que separam o hall da plateia denunciam a sujeira do Teatro Apolo. Cadê a manutenção?

Nos links abaixo, você confere informações sobre o Teatro do Parque e o Cinema São Luiz, que sofreram por conta de descuidos da gestão pública com manutenção.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Acervo #OxeRecife e

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