Chuva no Sertão prejudica fruticultura

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Não tanto quanto a Bahia – onde as chuvas atingem mais de cem municípios –  Pernambuco também está com verão atípico. Pelo menos no município sertanejo de Petrolina, onde as enxurradas do final e semana já renderam perdas de 15 mil toneladas de uvas e mangas,  provocando prejuízos de cerca de R$ 45 milhões aos agricultores da Região do Submédio São Francisco, onde fica a chamada Califórnia Brasileira, devido à fruticultura voltada para a exportação.  As áreas antes ocupadas pela caatinga e nas quais foram implantados plantios irrigados de mangueiras estão alagadas, como mostra a foto acima. O que é péssimo para as mangas.

Das uvas, já são consideradas perdidas 5 mil toneladas, enquanto na produção de mangas  as perdas chegam a 10 mil por enquanto. Os parreirais ocupam, hoje, uma área de 12 mil hectares, com produção de uvas destinadas à mesa e à fabricação de vinho. Em dezembro, as precipitações pluviométricas na região já chegam a 300 milímetros, quando a chuva esperada para o  período é de 64 milímetros. Ou seja, um aumento de  quase 370 por cento, em relação à média histórica. De acordo com os produtores da região, o excesso d´água provoca apodrecimento das uvas (foto) nos próprios parreirais, além de aumentar a presença de pragas. “Caso chova mais, além das perdas pelo excesso de abortamento”, afirma o produtor Jackson Souza Lopes.

Também consultor, ela faz previsão sombria, caso a chuva persista. “Teremos muitas áreas com a polinização comprometida e as perdas podem chegar a cem por cento”. No Sertão, as uvas são irrigadas e o sol forte beneficia a produção, possibilitando a retirada de duas safras anuais.  Com o descontrole d´água, a produção fica ameaçada. Já as mangas – tradicionalmente cultivadas em terras tropicais – também se ressentem  do excesso de chuvas, que prejudicam inclusive a floração. As fazendas com plantio de mangueiras, em Petrolina, estão alagadas. ”Com certeza, a safra do ano que vem já está comprometida, diante da atual redução da produtividade dos nossos pomares”, afirma Josival Amorim, produtor rural.

No Recife, onde as chuvas de verão são poucas, as mangueiras que brotam em sítios, praças, jardins, estão carregadas de frutos e têm feito a festa de pessoas desempregadas, que aproveitam a safra para ganhar dinheiro, comercializando mangas do tipo espada ou rosa. de porta em porta. Já as cultivadas em Petrolina – a 712 quilômetros do Recife –  são de outras variedades (Tomy, Palmer, Petrolina, etc)  e voltadas para a exportação em sua grande maioria.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação

 

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