É preciso. Principalmente no Brasil de hoje, onde os direitos humanos mais elementares são diariamente violentados, principalmente entre os manis vulneráveis, situação que piorou com a pandemia e com tanta besta-fera às soltas circulando por Brasília. E também necessário no Recife, onde ninguém respeita ninguém. Motorista não respeita motociclista, que não respeita ciclista, que não respeitam pedestres. Falta água e saneamento básico, dois direitos fundamentais. Faltam, também, moradia, segurança, serviços de saúde e educação de qualidade. A poluição sonora incomoda, prova de que as pessoas não respeitam as outras.
Então é bom que todos passem no Parque Treze de Maio – a única grande área verde do Centro – onde estive nesta semana, e me surpreendi com uma exposição que retrata os 30 tão caros artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. É passeando e… lendo. Muito bom. Que todos leiam os cartazes, inclusive algumas autoridades. A intervenção foi feita pela Secretaria de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas Sobre Drogas do Recife. E terá caráter permanente com o nome Do Direito a Ter Direitos. Sim, todos nós os temos. E devemos defendê-los. Cidadania se exerce com direitos e deveres.

O parque fica no Bairro da Boa Vista. A mostra traz painéis produzidos em lona que estão espalhados ao lado da pista. Eles reproduzem os 30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, documento que expõe e norteia o ideal de sociedade e afirma que os direitos humanos são inerentes a todos os seres humanos, independentemente da sua raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição.
Veja alguns dos vários direitos previstos nos 30 artigos, retratados nos painéis: “Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião”, “Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão”,”todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego”, bem como “direito à instrução” “direito de participar livremente da vida cultural da comunidade”, “direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor”. O Dia Internacional dos Direitos Humanos é comemorado, desde o ano de 1950, em 10 de dezembro e nessa data, celebra-se a oficialização da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela Organização das Nações Unidas, fato que ocorreu em 1948. Já se passaram sete décadas, mas infelizmente o cumprimento da Declaração de 1948 ainda é muito desrespeitada. No Recife, no Brasil, no mundo. Então, vamos lembrá-la. Sempre!
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Daniel Tavares / Divulgação / PCR