Hoje passei pelo Marco Zero, vindo da praia e deu uma tristeza… Para o pernambucano, contemplar aquele que é o quartel geral da folia completamente vazio, em um domingo de carnaval, dói no coração. Mas por conta da Covid-19, a gente tem mais é que se conformar. Saúde, hoje, é o maior patrimônio que alguém pode ostentar, no meio dessa triste pandemia, que já ceifou tantas vidas no Recife, no Estado, no Brasil e no mundo. Brincar na rua, não pode. Mas quem quiser lembrar do carnaval tem uma opção interessante. É que o Shopping Recife montou a exposição Carnaval Cultural, que traz diversas abordagens sobre a nossa festa mais popular , levando o visitante a uma viagem que lhe fará conhecer com mais profundidade a origem de várias de suas manifestações.
A mostra está espalhada por diversos pisos do centro de compras. E você não vai se arrepender se visitá-la, pois terá oportunidade de muito aprender sobre o carnaval. A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) convida o visitante a uma viagem à década de 30 do século passado, relatando através de fotografias e fantasias como era o carnaval daquele tempo, por meio da exposição Carnaval: Nassau, Frevo, Cana e Caju. Há outros pontos espalhados pelo centro de compras mostrando, de forma alegre, agremiações que fazem o carnaval pernambucano, sejam gigantescas (como o Galo da Madrugada) ou centenárias (como o Bloco das Flores). Também não poderiam faltar os bonecos gigantes, uma das marcas registradas do nosso carnaval. Foram escolhidas representação de ícones da cultura pernambucana.
A curadoria e a montagem sobre o carnaval atual é de Juliana Lins, da Vila 7. Na mostra, há explicações detalhadas sobre o carnaval, e também sobre o motivo do surgimento do Galo da Madrugada, considerado o maior bloco de carnaval do mundo. Você também vai conhecer a história de blocos líricos (Bloco das Flores, Bloco das Ilusões, Cordas e Retalhos, Boêmios da Boa Vista). E saberá porque durante a ditadura surgiram agremiações anárquicas como o Siri na Lata e Nóis Sofre Mais Nóis Goza. E ainda descobrirá como, para o pernambucano, tudo vira motivo para criar um bloco ou troça, como ocorreu com a Mulher na Vara. Ou com o Chocalho do Neno, Balança Rolha. Bem didática, a exposição mostra, ainda, a história dos bonecos gigantes que tanto caracterizam o carnaval do Recife e Olinda, desde os seus primórdios em Pernambuco.
O visitante vai saber, por exemplo, que os mais antigos ainda em atividade no Estado vêm de longe, do Sertão: Zé Pereira e Vitalina. A exposição não só conta a história deles, como traz mini biografias de personagens que ganharam bonecos gigantes, todos velhos conhecidos dos pernambucanos: Alceu Valença, Chico Science, Jota Borges, Luiz Gonzaga. Há até uma carranca gigante. A figura mitológica do rio São Francisco também integra a mostra, não sem contar o seu significado e quem foi a maior intérprete dessas figuras que, embora pareçam assombrações, têm por finalidade afastar os maus espíritos e garantir bons ventos e navegabilidade para os barqueiros do Velho Chico. Vale a pena ver a mostra. A entrada é gratuita.
E corra para ver, pois a exposição só vai até 17 de fevereiro e está muito rica. A entrada é gratuita. Abaixo você confere outras exposições em centros de compras do Recife e Olinda, e também no Paço do Frevo.
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Serviço
Exposição Carnaval Cultural
Quando: até 17/02
Horário: das 10h às 22h, de segunda a sábado; 12h às 21h, aos domingos
O que inclui: uma mostra organizada pela Fundaj (Carnaval: Nassau, Frevo, Cana e Caju) e outra pelo próprio Shopping Recife, bem didática, mostrando várias manifestações do carnaval com os respectivos históricos.
Horário: das 10h às 22h, de segunda a sábado; 12h às 21h, aos domingos
Acesso Gratuito.
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Juliana Lins / Vila 7 / Shopping Recife