Campanha vira lavagem de roupa suja e Marília se defende das acusações

Sinceramente, a campanha para prefeito do Recife, nesse segundo turno, está cada vez mais feia. Uma verdadeira lavagem de roupa suja que acontece nas redes sociais, na programação eleitoral gratuita e até em discussões epistolares. Já são pelo menos quatro cartas, divulgadas em blogs – como os do Magno e do Jamildo – com discussões bem agressivas.  Em “Marília, respeite Arraes”, o jornalista Ricardo Leitão afirma, para a candidata do PT à sucessão municipal que o respeito do partido por ela “é tão verdadeiro quanto uma nota de três reais” e praticamente desautoriza a candidata à sucessão municipal pelo PT, Marília Arraes, a usar o nome do avô.

As declarações de Leitão foram publicadas no Blog do Jamildo. Ricardo Leitão é jornalista, preside a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) e já ocupou vários cargos no primeiro escalão tanto da gestão Miguel Arraes quanto de Eduardo Campos, ambos já falecidos. É, portanto, ligado ao PSB. E falar pelo PT ficou parecendo não só um comentário indevido como também uma agressão. Logo depois, no mesmo blog, o advogado Bruno Ribeiro e ex-Presidente do PT pernambucano deu o troco, com “Ricardo Leitão, respeite Marília, o PT e a si próprio”.

Bruno afirma que “os recifenses foram surpreendidos no dia 19 de novembro por dois textos pensados e escritos no subsolo da política e da condição humana”. E refere-se a cartazes com contrapropaganda que apareceram nos muros da cidade. “Pela manhã,  abjetos e ofensivos lambe-lambe sujaram os muros do Recife a corroer a prática da política idônea”. E acusa: “De tarde, Ricardo Leitão publica artigo com a mesma linha empobrecida da linha editorial do lambe-lambe”. Ou seja, acusa o jornalista e hoje editor de estar por trás dos cartazes agressivos.

“É estranho que você e os lambe-lambe que estão produzindo, ataquem o PT e a Marília, de forma insidiosa e injusta”, afirma o advogado, em carta publicada como resposta a Leitão no Blog de Jamildo.   Ele diz ser  necessária “hegemonia de esquerda” em frente (reunião de vários partidos) porque isso “eleva ao primeiro plano as prioridades dos mais necessitados”. Marília, prima em segundo grau de João Campos (PSB) com quem disputa a Prefeitura, é neta de Arraes. Mas Leitão, mesmo sem pertencer à família, praticamente a desautoriza a usar o nome do avô. “Agora, Marília,você se apresenta como defensora da memória do Governador (Arraes) nas mãos de um  partido que não tem por você nenhuma consideração”.

E acrescenta: “A questão é pragmática. O seu sobrenome interessa para engabelar o eleitorado e alimentar os sonhos de seus patronos de retorno ao poder. Se seu sobrenome fosse outro, tenho certeza que nada disso estaria ocorrendo. O respeito deles a você é tão verdadeiro quanto uma nota de três reais”. Nas inserções que vêm sendo veiculadas nas redes sociais e na TV, o PSB afirma que as lideranças do PT já estão fazendo as “malas” para tomar conta do Recife. Também colocam em dúvida a fé da candidata, afirmando que a petista é contra a Bíblia e a palavra de Deus. A candidata respondeu pelas redes sociais sobre seu credo religioso. “Pessoal, o PSB está num desespero triste. Agora chegaram ao cúmulo de questionar a minha fé, disparando agressões, cards, vídeos, isso não existe, é inadmissível”.  E acrescenta: “Quero dizer que sou uma mãe de família, sou cristã e respeito a fé de todas as pessoas”.

No domingo, Marília recebeu apoio de doze congregações evangélicas. E João Campos se reunia com Ciro Gomes, ex Prefeito de Fortaleza e ex Governador  do Ceará, que veio dar força na campanha do socialista. Mas a troca de acusações e as réplicas continuam a acontecer. Ferrenho crítico do poder de mando de Renata Carneiro Campos  no PSB,  o jornalista Ricardo Carvalho publicou um comentário no Blog do Magno com  críticas contundentes à viúva de Eduardo Campos e mãe de João. Em contrapartida, Ivan Rodrigues – que foi assessor e grande amigo do ex governador Miguel Arraes – reclama de campanhas sistemáticas contra a viúva, constantemente “vilipendiada” mas que permanece “no seu silêncio”, sem dar resposta a ninguém. Embora, claro, tem quem o faça por ela.  Do caminho da Zona Sul, vindo  nesse domingo de Boa Viagem à Zona Norte, no entanto, me defrontei com a militância amarela (de João) e a vermelha (de Marilia). Carregavam bandeiras e distribuíam panfletos próximos uns aos outros. De forma bem mais civilizada do que as grandes lideranças dos seus partidos de quem deveria partir o exemplo de política civilizada.

Para o leitor do #OxeRecife, Genésio Gomes, o problema de Marília não é o PSB, mas o PT. Veja o a Voz do Eleitor, dessa vez não sobre “O Recife que eu quero” ou sobre “O que espero do próximo Prefeito”, mas sobre a política partidária.

“Nunca pensei que o PT tivesse a ousadia de vir fazer política no Recife. O PT é mais sujo do que poleiro de pato. Como pode essa moça, tão linda, ter orgulho de ser PT? Eu sendo ela, tinha pulado fora e fazia como os outros fez (SIC). Saia, minha filha! Talvez você não mereça esse partido de ladrão”. 

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Divulgação / Reprodução da  TV e Internet

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