Um dos lugares mais aprazíveis da Zona Norte – mas infelizmente pouco valorizado pela população e também pelas autoridades – o Açude de Apipucos acaba de ganhar uma área de convivência. Fica no lado Leste, na esquina da Rua Apipucos com a Coronel João do Rego Barros, em terreno sombreado por mangueiras, e que vive sempre ocupado por pescadores.
O local era um dos mais degradados no entorno, onde antes havia ruínas de uma casa, que chegou a ser frequentada por marginais, dependentes químicos e traficantes. O imóvel terminou sendo demolido pela Prefeitura há cerca de dois anos, mas só agora ganhou equipamentos urbanos. São quatro mesinhas, com tampos para jogo de damas ou xadrez, e quinze banquinhos fixos, todos de concreto.
Foram implantados, ainda, bancos de concreto para contemplação. Mas a exemplo dos bancos dos nossos parques mais recentes – como o de Santana e o Maximiano Campos (ambos na Zona Norte) – os recém construídos também não possuem encosto, e por esse motivo provocam desconforto. Foi implantada uma pequena passarela e feita recuperação de parte da calçada em volta do Açude, mas infelizmente sobraram trechos que precisam de reparos, que podem provocar acidentes.
As calçadas da Unidade de Saúde da Família que ficam à margem do Açude também merecem recuperação. O posto é frequentado por crianças, adultos e idosos, que, em dias de chuva, precisam pisar na lama, para chegar lá. A nova pracinha custou R$ 80mil à Emlurb (Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife). Ela melhora a situação do local, mas não conclui a urbanização e revitalização do Açude, que integrou o Projeto de Reforma, Ampliação e Requalificação dos Parques de Apipucos, Caiara e Santana.
O Projeto foi orçado em R$ 36 milhões, e as obras começaram na gestão do Prefeito João da Costa (PT). No entanto, apenas o Parque de Santana foi concluído. Os outros ficaram no meio do caminho. No Açude, por exemplo, só restam as pilastras do que deveria ser um píer. Moradores do entorno se queixam do abandono e da sujeira nas outras margens. É o caso de Fernanda Carvalho, residente na Rua Dolores Salgado, que fica defronte do Parque da Macaxeira. “Infelizmente as pessoas vêm o terreno abandonado, e chegam para botar lixo, metralhas e até móveis. Reclamo muito, mais de nada adianta, e as autoridades não tomam providência. É uma pena, porque o Açude é tão bonito”, diz ela.
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife