A voz do eleitor: “Quero um Recife mais sustentável e com educação para todos”

Antônio Gomes da Silva Neto é um jovem diferenciado. Enquanto os colegas de sua geração curtem o funk, o brega e o batidão, ele prefere mergulhar em livros que contam a história do Recife e  a procurar, em terrenos próximos onde mora, pequenos pedaços do passado. Pode ser um caco de louça, um cachimbo holandês, uma moeda ou um talher do século 17. Curioso é que essas coisas sempre aparecem no seu caminho.

Ele mora na comunidade do Areal, à margem do Rio Capibaribe, no bairro de Apipucos, área antigamente ocupada pela aristocracia pernambucana e até por famílias inglesas que se radicavam no Recife, para que seus chefes trabalhassem em empresas de saneamento, transporte ferroviário, telégrafos ou eletricidade. Muitos objetos dessas famílias foram atirados em quintais onde, muitas vezes, brotam sobre o solo após uma chuvarada. Antônio passou a guardar o que vem encontrando desde criança.

Quando pequeno, via suas primas brincarem com bules, pratinhos e outros brinquedos de louça antiga, que encontravam entre os quintais de Apipucos e a margem do Rio Capibaribe. O fato lhe fez despertar o interesse pela história e pela arqueologia.  Através desses pequenos cacos do passado, tenta reconstruir a memória do bairro e da cidade. Por esse motivo,  eu costumo chamá-lo de arqueólogo amador. Ele ainda não conseguiu entrar na universidade, apesar do talento e de saber qual será seu foco, quando chegar lá.

Em “a voz do eleitor”, veja o que ele diz sobre “o Recife que eu quero” e “o que espero do próximo gestor”.

“O Recife que eu quero é uma cidade mais sustentável, com respeito ao patrimônio natural e de pedra e cal. Um Recife que não violente tanto o seu rio principal, como é o caso do Rio Capibaribe. Um Recife que preserve sua cultura, tão rica e tão diversificada.  Um Recife onde haja democratização da educação, com programas ofertados  pelo município que ajudem os jovens de baixa renda a ingressar na universidade. Um Recife onde jovens de comunidades mais carentes não passem toda a vida esperando por oportunidade no mercado de trabalho.

Do próximo prefeito, espero que seja um gestor honesto, competente e que entenda as necessidades da população. Gostaria que o próximo gestor tratasse o Recife com carinho, e desenvolvesse programas de educação ambiental, para que as pessoas percebam o tamanho do dano quando jogam lixo no Capibaribe e passassem a tratar o rio com a sua real importância. Espero, ainda, que a educação seja uma das prioridades do próximo gestor e que ele dê a mão e oportunidade a jovens de comunidades mais pobres, cujos talentos – que são muitos – passam despercebidos das autoridades atuais. Espero, também, que ele abra as portas das instituições culturais – como museus- para jovens como eu, que tanto se interessam pela história mas que até o momento ainda não encontrou oportunidade. Até estágio é difícil para nós.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Arquivo pessoal / Cor
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